Sede da Petrobras. Foto: Reprodução

A estatal informou que a partir da 0h deste sábado (15) o preço da gasolina cobrado das distribuidoras sofrerá corte de 3,2% e o do diesel terá uma redução de 2,7%.

A redução para o consumidor final dependerá dos preços cobrados por distribuidoras e postos de combustíveis, que podem não repassar integralmente a tarifa mais barata, mas pode chegar a 1,4%, segundo cálculo da Petrobras.

O reajuste faz parte da nova política de preços de combustíveis da Petrobras. A companhia criou um comitê em sua diretoria para avaliar, mensalmente, a situação dos combustíveis no mercado internacional e rever seus preços. Esta foi a primeira vez em que eles foram reduzidos pela empresa estatal desde 2009.

A ideia é que a empresa persiga a paridade de preços praticados no exterior, além de garantir para si uma margem que cubra os riscos da operação, custos de transporte, taxas e variação cambial.

Não é de hoje que a empresa diz perseguir a paridade internacional. Questões circunstanciais e de ingerência política, no entanto, impediam que o preço no Brasil acompanhasse o do exterior em administrações passadas.

Na gestão dos ex-presidentes da estatal José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, em função do petróleo valorizado, a empresa sofreu perdas bilionárias por comprar gasolina mais cara no exterior e vendê-la mais barata no Brasil.

Na gestão de Aldemir Bendine, a situação mudou. Houve forte queda no preço do barril de petróleo, que não foi repassada dentro do Brasil porque a empresa precisava de dinheiro para cobrir prejuízos acumulados no passado.

Nesse meio tempo, importadoras e grandes consumidores passaram a comprar gasolina mais barata no exterior, o que reduziu a fatia de mercado da estatal no país.

Além disso, o setor de combustíveis no Brasil registra redução de vendas em função da crise econômica. No primeiro semestre, a Petrobras teve perda de 7% no volume de venda de derivados no país.

Enquanto isso, de março a setembro deste ano, houve crescimento médio mensal de importação por terceiros de 11% no diesel e 28% na gasolina. A perda de participação de mercado foi um dos motivos apresentados para a revisão de sua política de preços.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a nova política não teve interferência do governo de Michel Temer. Segundo ele, nem o Conselho de Administração, tampouco o acionista controlador, foram consultados antes da divulgação. “Apenas comunicamos que chegamos a uma nova política. Não falamos se haveria queda ou alta”, afirmou.

Além do aspecto de mercado, a Petrobras espera que o novo modelo poderá tornar mais atrativa a fatia que a empresa pretende vender na BR Distribuidora, empresa de postos de gasolina da estatal.

Posto CascolA Petrobras quer vender 51% do capital votante da BR, em movimento que faz parte da estratégia de venda de ativos com o objetivo de gerar caixa e reduzir dívidas. A diretoria informou que já enviou ao menos 90 prospectos com informações da venda a possíveis interessados.

O mercado viu com bons olhos a mudança nos preços e as ações da estatal se valorizaram mais de 3% na sexta-feira. Para o analista independente Pedro Galdi, a nova política “demonstra uma gestão mais profissional”.

Segundo o diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, afirmou que o preço no país ainda é mais alto do que no exterior. A gasolina estaria 12% mais cara e o diesel, 22%.

Da Redação com informações do Estadão

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