“Ele garante, no entanto, que não será candidato ao Buriti. Ao menos dois partidos tentam convencê-lo”

Político aclamado, de eleitorado fiel, o senador José Antônio Reguffe tem subido os tons nas críticas – tanto ao governo local quanto ao Governo Federal. Nega, com todas as letras, com “clareza absoluta” e repetidas vezes, que não se candidatará em 2018 e deve cumprir o mandato no Senado até o fim, em 2023.

Nas redes sociais, no entanto, os seguidores são categóricos: querem que ele assuma o governo do DF e até do País. São inúmeros os apelos para que se candidate até a presidente da República.

“Meu papel é cobrar que o governo esteja à altura do que a população espera. Mas toda vez que se faz uma crítica, as pessoas acham que você faz por que é candidato”, desabafou o senador.

Na capital federal, as legendas disputam a filiação dele, que também já se cansou de repetir: pretende ficar passar um ano sabático, sem partido político, depois de se desfiliar do PDT. “Agradeço os convites que recebi, agradeço o carinho, mas vou ficar pelo menos um ano sem partido”, disse, repetidas vezes.

Disputa 

Tanto a Rede quanto o PPS, no entanto, esperam, com ansiedade, que Reguffe mude de ideia. Chico Andrade, que preside o novo partido do senador Cristovam Buarque e da deputada distrital Celina Leão no DF, diz que o partido trabalha, sim, com a possibilidade de lançar o trio nas próximas eleições. “Temos expectativa favorável pela vinda dele”, resumiu Andrade.

A Rede diz ter um projeto político para o Distrito Federal, que contemplaria o  distrital Chico Leite como mais provável candidato ao Palácio do Buriti. Mas o próprio deputado já disse que o partido da ex-senadora Marina Silva tem o maior empenho em receber Reguffe, que, inclusive, participou  das articulações para criação da Rede.

Nem o PDT desistiu do senador. O distrital Reginaldo Veras diz que, quando acabar o período sabático, Reguffe avaliará que a antiga casa ainda é a melhor que poderia ter. “Quando  ele precisar  concorrer, que outro partido ele encontrará com  mais credibilidade que o PDT?”, disse ao Jornal de Brasília.

Está na hora de tocar o mandato

Cumprir o mandato inteiro no Senado é “honrar a procuração que o eleitor passou”, nas palavras de Reguffe. “Vou ficar no Senado até o fim, assim como cumpri os mandatos de deputado distrital e deputado federal”, reiterou o senador.

Agora, que o assunto “partido” está superado, ele diz que vai seguir tocando o mandato. “Vou continuar do mesmo jeito, fazendo as mesmas coisas”. A relação com os governos local e federal não muda em nada, já que, mesmo enquanto esteve no PDT, agiu sempre com independência. “Meu lado nunca foi o do partido, nunca foi o do governo. Meu lado é o lado da sociedade e do contribuinte. Meus votos falam por mim”, completou.

Cobranças

As críticas, no entanto, são inevitáveis. “Eu sou contra propostas como a recriação da CPMF”. E as cobranças também, quando o assunto é governo local: “Vou continuar fazendo como tenho feito no Plenário do Senado, cobrando para que o programa de governo feito na campanha seja honrado”.

Apesar de torcer para que a gestão do governador Rodrigo Rollemberg dê certo, ele disse que cumpre o papel de cobrar. “Não tenho cargo e não quero ter. Espero que o governo melhore, para o bem de todos. Essa é minha torcida”, finalizou.

Fonte: Jornal de Brasília / Millena Lopes

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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