Por Delmo Menezes

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-DF), instituído através da portaria n° 1.010/GM/MS, de 21 de maio de 2012, que tem como finalidade proteger a vida das pessoas e garantir a qualidade no atendimento ao SUS, “pede socorro” na capital do Brasil.

No passado recente era considerado o melhor do país, hoje está desabilitado junto ao Ministério da Saúde (MS), e com isso não consegue receber verbas federais para o seu pleno funcionamento.

Na gestão anterior, o SAMU-DF se destacava como serviço de excelência, sendo modelo para o resto do país.  Para dar uma resposta imediata aos casos de urgência, o SAMU-DF, assumiu na época, as salas de emergência dos hospitais de Base, Guará e de Ceilândia. Um trabalho de parceria com as equipes médicas dos hospitais, para organizar o fluxo de pacientes nas salas amarela e vermelha.

Hoje a situação é bem diferente. O SAMU está desabilitado junto ao MS, os servidores estão desmotivados, a frota de ambulâncias está sucateada e sem manutenção.

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Os servidores estão apelando aos parlamentares, a fim de que seja feita uma intermediação junto ao secretário de saúde e ao governador, para discutir a reabilitação do SAMU junto ao Ministério da Saúde, dentre outras reivindicações. Nesta segunda-feira (16), alguns condutores do SAMU estiveram reunidos com o deputado Claudio Abrantes (Rede) para pedir apoio no diálogo com o Governo de Brasília por melhorias.

De acordo com um servidor que preferiu não se identificar, “estamos conversando com alguns parlamentares, como o deputado Cláudio Abrantes (REDE) e o deputado Reginaldo Veras (PDT), sobre uma audiência pública direcionada ao SAMU-DF, para discutirmos a situação”, afirmou.

Uma das principais reivindicações dos servidores, é o pagamento das horas extras, que estão atrasadas a quase cinco meses (quitação e cronograma) e o aumento do efetivo. De acordo com alguns condutores ouvidos pelo Agenda Capital, “estamos trabalhando com número de servidores reduzido, o que prejudica a qualidade na assistência à população”.

Outras reivindicações são a regulamentação de auxílio fardamento, substituição das ambulâncias antigas, gratificação de risco de morte e a vinculação do SAMU em uma subsecretaria, como existe em outros estados.

Nota da Secretaria de Saúde do DF

A Secretaria de Saúde tem se adequado à exigências do Ministério da Saúde a fim de cumpri-las e garantir a reabilitação do serviço no DF. Desde 2016, a Secretaria de Saúde tem arcado com a maior parte do custeio geral do serviço, como o pagamento para servidores, horas extras e materiais e insumos.

 Apesar do não recebimento de recursos federais, a população continua sendo assistida com o serviço 24h e com 100% de cobertura populacional.

 Sobre os questionamentos, os servidores já recebem a farda e os Equipamentos de Proteção Individual. Além disso, todos os servidores do Samu recebem adicional de insalubridade. No serviço público, não se pode acumular adicional de insalubridade e periculosidade.

 As horas extras referentes ao mês de agosto de 2016 foram pagas nesta segunda-feira (16) e o referente aos demais meses serão pagas posteriormente havendo disponibilidade orçamentária.

Por fim, não existe nenhum projeto para transformação do Samu de gerência para subsecretaria. O Samu é um serviço e não uma área temática, que envolve outros serviços, o que torna inviável transformá-lo em subsecretaria.

 Da Redação do Agenda Capital

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

3 COMENTÁRIOS

  1. “O SAMU é um serviço e não uma área temática que não envolve outros serviços” ???? Mas como assim? Que despreparo de quem escreveu isso! Que despreparo desse governo, explico:
    – o samu é responsável por atender a população na rua, no domicílio, em escolas, locais de trabalho, clínicas e até em hospitais (postos de saúde, upas, etc…) que necessitem de socorro ao paciente em situações de urgência e emergência;
    – também é no DF, responsabilidade do SAMU a transferência, transporte e encaminhamento de pacientes graves para UTIs entre hospitais, bem como, para encaminhamento para exames (como tomografias), procedimentos (como radioaplação ou cateterismos cardíacos, endoscopias de urgência), paraceres médicos (como para a neurologia ou neurocirurgia entre outros);
    – o SAMU também ajuda a manter viável e funcionante para a população do DF o serviço aeromédico (helicópteros e avião) do Corpo de Bombeiros Militar do DF, graças a uma parceria de excelência que conta com profissionais médicos e enfermeiros do SAMU, além dos militares do corpo de bombeiros (pilotos e co-pilotos, médicos, tripulantes operacionais, mecânicos de aeronave, entre outros)
    – o samu também é responsável pelas urgências e emergências ao trauma de vítimas e pessoas que chegam a procura de socorro no Hospital de Base de Brasília, bem como, a sala vermelha no Hospital do Guara e também a sala de emergência voltada a emergências cardíacas e neurológicas do hospital de Base;
    – o SAMU no DF também auxilia o setor responsável da secretaria de saúde, na captação de órgãos para transplantes;
    – também disponibiliza à população serviço médio e equipe especializada para casos psiquiátricos ou que necessitem de suporte psicológico.
    – é o único serviço no DF que dispõe e tem condições de atender pacientes com obesidade mórbida, pois é o único a dispor de maca e ambulância específica para pacientes com mais de 300 kg.
    Enfim, existem vários outros pontos, atribuições e demandas que demonstra o despreparo e o desconhecimento de quem por parte do governo escreveu a afirmação citada no começo desse texto.

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