Senador Chico Rodrigues. Foto: Reprodução

Senador foi pego pela Polícia Federal com dinheiro nas nádegas. Com a decisão, quem assume é Pedro Arthur Rodrigues, filho do parlamentar

Por Redação*

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal com R$ 33.150 na cueca durante uma ação de busca e apreensão, pediu licença de 121 dias do Senado. Com o pedido de afastamento, um julgamento que estava previsto para acontecer amanhã no STF (Supremo Tribunal Federal) fica inviabilizado.

Inicialmente, o advogado do senador, Ticiano Figueiredo, havia informado a reportagem que a licença era de 90 dias. Com a mudança, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR), filho do parlamentar, pode assumir o cargo por ser suplente do pai. Pelo regimento do Senado, um suplente só assume quando o afastamento do titular supera os 120 dias. Dessa forma, o primeiro-suplente Pedro Arthur Rodrigues (DEM-RR), filho do senador, poderá assumir o cargo.

A licença foi uma solução costurada com diversos aliados com o intuito de evitar a cassação. Mais cedo, a assessoria do parlamentar havia confirmado o afastamento por 90 dias e disse era “irrevogável, irretratável e sem recebimento de salário no período”.

A retificação do período teria sido acertada na reunião de líderes. A avaliação do grupo é que menos de quatro meses ainda traria desgastes para o Senado.

Na última semana, o parlamentar já havia deixado a comissão externa do Congresso Nacional que fiscaliza os gastos no combate à Covid-19 e a vice-liderança do governo na Casa.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento de Rodrigues por 90 dias. A decisão será apreciada nesta quarta-feira (21/10) pelo plenário da Corte.

Rodrigues foi alvo da Operação Desvid-19, que investiga um esquema de desvio de recursos por meio de emendas parlamentares e fraude em licitação ligada à Secretaria de Saúde de Roraima, no âmbito do combate à Covid-19.

Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, os agentes da Polícia Federal (PF) encontraram cerca de R$ 30 mil escondidos nas nádegas de Chico Rodrigues.

Para a PF, Rodrigues faz parte do núcleo político da organização criminosa, que conta com a participação de uma empresa, além de funcionários e do então secretário de Saúde do estado.

Presidente de conselho é contra julgamento

Rodrigues integrava o Conselho de Ética do Senado e a comissão mista de deputados e senadores que acompanha a situação fiscal e a execução de medidas relacionadas ao novo coronavírus. Ele deixou os dois órgãos depois da ação da Polícia Federal na Operação Desvid.

Os partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade protocolaram pedido de cassação do mandato de Rodrigues no Conselho de Ética. Mas o presidente do órgão, Jayme Campos (DEM-MT), chegou a dizer que o órgão não poderia julgar o colega. Isso porque só reuniões presenciais poderiam analisar o caso de Rodrigues. “Remotamente, não se pode fazer o julgamento de um senador da República”, afirmou Campos no dia 15.

O líder do DEM no Senado, Rodrigo Pacheco (MG), informou que prefere aguardar o “conhecimento pleno sobre os fatos em apuração para emitir juízo de valor”. “Tenho confiança de que as responsabilidades serão apuradas de acordo com a Constituição Federal e a lei, e que ao Senador Chico Rodrigues sejam garantidos os direitos constitucionais, inclusive o da ampla defesa.”

Dinheiro para pagar funcionários, argumenta senador

A PF apreendeu mais de R$ 33.150 na cueca do senador, além R$ 10 mil num cofre e outros R$ 6 mil. Segundo a defesa de Rodrigues, os valores em espécie serviriam para pagar funcionários de empresa da família do senador. “O dinheiro tem origem particular comprovada e se destinava ao pagamento dos funcionários de empresa da família do senador”, afirmaram Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso em nota na segunda-feira.

*Com informações do UOL

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