Thiago Jarjour. Foto: reprodução

Por Manoela Alcântara

O desembarque do PDT-DF da base aliada de Rollemberg (PSB, terá mais consequências do que a exoneração dos cerca de 500 cargos que a sigla mantém no Executivo. A legenda perderá um pré-candidato ao cargo de deputado distrital para as eleições de 2018. Thiago Jarjour divulgará sua desfiliação nesta segunda-feira (16/10) e, por enquanto, ficará sem partido.

A decisão foi tomada após uma conversa com o chefe do Executivo, que teria dado a opção ao atual secretário-adjunto de Trabalho de escolher entre ficar no PDT ou no governo. Jarjour decidiu se manter no cargo. “Vou seguir com a coerência que tive desde o início do governo. Por dois anos e nove meses, sigo a construção de uma gestão que é reconhecida e não vejo motivo para sair. Tenho um compromisso com os projetos iniciados e com a população”, afirmou Jarjour.

Jarjour está no governo desde o início da gestão de Rollemberg. A princípio, ocupou o cargo de subsecretário de Microcrédito e Empreendedorismo, na Secretaria do Trabalho; foi alçado a secretário de Estado da mesma pasta e, no fim do mesmo ano, quando foi criada a supersecretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh), assumiu como adjunto do Trabalho, posição que ocupa até hoje.

A pressão de Rollemberg e o compromisso com o GDF não foram os únicos motivos para o secretário-adjunto deixar o PDT. As diferenças ideológicas entre ele e o partido já eram aparentes há algum tempo. Thiago Jarjour defende, por exemplo, um Estado menor, mais eficiente. O PDT tem como bandeira a estatização. Algumas reformas, como a trabalhista, também têm o apoio dele e não da legenda a qual se filiou em 2013. A saída será estratégica para as eleições de 2018 e um momento de o secretário expor um discurso autêntico.

Saída do titular
Embora Jarjour fique no cargo, o atual titular da Sedestmidh, Gutemberg Gomes, confirmou a saída do GDF para seguir a posição do PDT. Nesta segunda-feira (16), ele deve deixar o cargo. Ainda não há um nome para assumir de imediato. O governo analisa colocar em prática uma vontade antiga, a de desmembrar a supersecretaria.

Assim, existe a probabilidade de a Secretaria do Trabalho se separar das pastas de Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e de Direitos Humanos. Com isso, Rollemberg, além de retaliar o PDT, ainda consegue mais espaço para alocar aliados.

Abandono
Os atritos entre o partido e o governador começaram com o posicionamento contrário dos deputados distritais da sigla – Reginaldo Veras e o presidente da CLDF, Joe Valle – na votação da reforma da Previdência local.

Sem o apoio dos dois, Rollemberg exonerou 27 cargos do partido antes mesmo de o plenário aprovar o projeto. A medida aumentou o desconforto da legenda com o GDF e culminou com a saída do partido da base.

Em nota publicada na quarta (11), o governo lamentou a decisão dos agora ex-aliados. “O GDF espera que o PDT realmente respeite os seus compromissos com a cidade e sua população e vote a favor de projetos que são importantes para o desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal”, comunicou o Executivo, em nota.

Da Redação com informações do Metrópoles

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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