Por Ricardo Callado

O Distrito Federal passa por uma situação inusitada. A Câmara Legislativa do DF não tem Mesa Diretora, e o governo não tem líder. Para completar, oposição e governistas se confundem e se alternam, dependendo da situação e da votação.

A Casa tem uma Mesa Diretora formada por suplentes, com um presidente em exercício, o deputado Juarezão (PSB), do partido do governador Rodrigo Rollemberg. Ele é o único efetivo da Mesa, mas na função de vice-presidente.

É recorrente o comentário que as decisões são tomadas sempre após consultas ao presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), deputado Agaciel Maia (PR), partido adversário do governador nas eleições de 2014,

Agaciel, por sua vez, mesmo sendo de um partido de oposição, é governista. É o preferido do governador Rollemberg para ser o próximo presidente da Câmara Legislativa. A eleição acontece até no fim do ano e o mandato começa em 1º de janeiro.

Ao mesmo tempo, Agaciel faz às vezes de líder informal do governo. É a principal voz hoje em defesa dos projetos que chegam do Palácio do Buriti. Mas também faz as suas críticas e aponta erros na condução do Governo de Brasília.

Após a saída do deputado Júlio Cesar Ribeiro (PRB) da liderança do governo, o cargo ficou vago. E ai já se passou quase dois meses. No primeiro momento o nome de Rodrigo Delmasso (PTN) foi cogitado para ser líder. Até ensaiou discursos em plenário, mas acabou não sendo referendado. também não quis se esforçar para que isso acontecesse.

Delmasso, assim como Agaciel, é um dos nomes cotados para à Presidência da Casa. Trabalha o objetivo em silêncio. Tenta se cacifar nos bastidores. Os outros nomes são Joe Valle (PDT) e Sandra Faraj (Solidariedade).

Joe era cotado no início da Legislatura, mas o governador Rollemberg preferiu o nome de Celina Leão (PPS). Joe engoliu seco, mesmo chateado. Depois de muito tempo depois se tornou secretário de uma fusão de pastas do governo. Mas já retornou ao Legislativo. Achou o governo confuso.

Sandra Faraj pode surgir como a surpresa nessa disputa pelo comando da Câmara. Novata, ela tem um bom desempenho à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das mais importantes da Casa.

Pode até surgir outro nome, mas a disputa deve ficar entre os quatro. Quem quiser chegar lá, precisa, é claro, costurar acordos. O PT, por exemplo, quer duas coisas.

A primeira é emplacar um nome na Mesa Diretora. A outra é fazer do deputado Wasny de Roure presidente da CEOF. São duas coisas fáceis. A oposição sempre teve um nome na Mesa. E o PT é uma das várias oposições que existem na Câmara. E que as vezes se faz de governo. Além disso, Wasny é um nome leve, experiente e está acima do desgaste do PT. A sua trajetória o blinda do inferno astral do partido.

Quanto ao líder do governo, essa é uma tarefa complicada. O principal problema é cumprimento dos acordos e a confiança. É sabido que Rollemberg vira a cara para a Câmara e não confia nos deputados. E a reciproca dos parlamentares é verdadeira. A desconfiança é mutua.

Todos querem ser presidente, mas fogem quando a missão é ser líder do governo.

Hoje, mesmo sem líder, quem manda no Legislativo é o Executivo. Aprova o que quer. Basta relembrar as últimas votações.

A Câmara está paralisada depois que a Operação Drácon, deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, afastou a Mesa Diretora. Quem acompanha a investigação de perto, sabe que alguns nomes estão colocados como boi de piranha. Sem muitos elementos que permitisse um afastamento. É o caso do deputado Raimundo Ribeiro (PPS), por exemplo. Serviu também para limpar terreno.

Uma coisa é afastar a presidente da Casa. Outra é defenestrar toda uma Mesa Diretora. O simbolismo é maior. E um troféu a ser pendurado na estante.

Somente em fevereiro tudo deve voltar a ordem. Por enquanto, a Câmara é uma casa sob intervenção do Judiciário e do Executivo. E não se vê uma reação dos parlamentares. A Casa se acovardou!

Da Redação com informações do Blog do Callado

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