Depois do boom e da popularidade global, as redes sociais estão voltando as suas raízes e o ambiente digital está se tornando mais íntimo

Por Adriana Vasconcellos Soares

Se até poucos anos atrás o conceito sociológico de rede social era que a mesma servia apenas para analisar as interações entre indivíduos e grupos, atualmente as redes sociais são plataformas de relacionamento que conectam pessoas, grupos e, também, empresas e seus clientes, permitindo uma interação e integração bem mais intensa, muito além do anúncio de produtos ou serviços.

Por se tratar de uma organização viva e em constate mutação, de tempos em tempos as regras do jogo mudam e aparecem novas tendências, desafios e formas de envolvimento que são seguidas por marcas, empresas e usuários.

Mesmo com as mudanças que ocorrem em termos de tecnologia, a importância de um bom conteúdo e a adequação da linguagem para cada uma das redes, saber selecionar as redes sociais mais apropriada ao público de cada marca é um desafio que exige cada dia mais rigor, estudo dos dados e compreensão dos desejos do cliente.

De acordo com o HootSuite, sistema norte americano de gestão de marcas em mídias sociais, as principais tendências para as redes sociais em 2019 são:

  1. Confiança – 60% das pessoas não confiam mais nas informações vindas das mídias sociais. Essa mudança apresenta novos desafios e oportunidades. Em 2018, houve um desgaste de confiança nas mídias sociais e os usuários desconfiam de muitos meios de comunicação e influenciadores/celebridades (cujos seguidores, muitas vezes, são comprados ou falsificados). Em 2019, a credibilidade pessoal passa a ser mais importante que o número de seguidores.
  2. Stories – Essa forma de interação está crescendo 15 vezes mais rápido que o compartilhamento baseado em feeds. Dois terços dos entrevistados da pesquisa do Hootsuite incorporaram o Instagram Stories em seus negócios ou pretendem fazê-lo. As Histórias estão prontas para superar os feeds como a principal maneira de as pessoas compartilharem coisas com seus amigos em 2019. Na prática é necessário publicar menos texto e usar mais os recursos multimídias sem perder de vista a autenticidade.
  3. Fechando a lacuna de anúncios – Uma em cada quatro páginas do Facebook usa mídia paga. E o Facebook já representa 23% do total de gastos com publicidade digital nos EUA. Mas o aumento dos custos e a atenção rápida estão limitando o ROI para os anunciantes. Embora as empresas estejam pagando mais pelos anúncios, isso não garante que o seu público-alvo esteja prestando atenção. Isso acontece porque os usuários estão mais atentos e filtram os anúncios com ferramentas de bloqueio. Portanto, as empresas devem ter em mente que o objetivo final deve ser o de gerar discussão e engajamento do usuário, em vez de simplesmente “transmitir” um anúncio para o público.
  4. Quebrando o código de comércio – É fundamental encontrar maneiras de tornar as compras ao vivo, interativas e perfeitas mesmo em dispositivos móveis. Um estudo com 5.500 consumidores da empresa de marketing de vídeo BrightCove, mostra que 74% dos consumidores estabeleceram uma conexão entre assistir a um vídeo social e fazer uma compra. Portanto, configure suas postagens do Instagram para compras; mantenha um perfil comercial; marque os produtos em suas postagens para que os seguidores possam navegar e comprar; e exiba os produtos em diversos cenários adicionando variedade e mantendo o público envolvido. Ao criar conteúdo, pense sempre no seu clientes-alvo, como ele compra, suas necessidades, desafios e etc. Outra dica interessante é criar concursos de produtos com destaque nas postagens de compra, mas lembre-se de definir as regras do concurso e usar uma hashtag de fácil localização. Sempre verifique se o seu concurso cumpre as diretrizes de promoção das redes sociais.
  5. Mensagens no mundo – Os usuários estão gastando mais tempo com mensagens e menos tempo compartilhando notícias nas redes sociais. Essa mudança do público para os espaços privados está mudando as expectativas do usuário. Isso mostra que os consumidores não querem mais canais de publicidade. Estão mais interessados em se envolverem em conversas privadas com pequenos grupos. Portanto, as marcas inteligentes terão de mudar a conversa de um espaço público para um privado o mais rapidamente. É essencial ser criativo nas campanhas de mídia social pensando além do feed de notícias.

    Depois do boom e da popularidade global, as redes sociais estão voltando as suas raízes e o ambiente digital está se tornando mais íntimo, com conteúdo de qualidade e transparência nas informações.

    Adriana Vasconcellos Soares — Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes e Pós-graduada em Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero. Possui 19 anos de experiência em assessoria de imprensa e comunicação empresarial. Desde 2012 é sócia da Six Bureau de Comunicação.

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