Dor lombar. Foto: Reprodução

A dor na parte inferior das costas mais conhecida como dor lombar (lumbago) é particularmente comum, embora possa ser sentida em qualquer lugar da coluna vertebral do pescoço e até dos quadris.

Por Redação

Umas das queixas mais comuns da população mundial nos consultórios médicos é a dor nas costas. E a prevalência não se reduz, necessariamente, ao público mais jovem. Cada vez mais, as pessoas jovens (incluindo crianças e adolescentes) também são afetadas por essas dores. Na maioria dos casos, a dor não é causada por nada grave e geralmente melhorará ao longo do tempo.

A COLUNA VERTEBRAL

A região é constituída por uma série de ossos, que são chamados de vértebras. Esse conjunto de vértebras é dividido em quatro regiões, que são:

– cervical (pescoço), com sete vértebras;
– torácica (tronco), com doze vértebras;
– lombar (região da cintura), com cinco vértebras;
– sacro (região do quadril), com cinco vértebras fundidas;
O cóccix (ponta final da coluna) tem de quatro a cinco vértebras, também fundidas e o sacro é a base da coluna vertebral que se articula também com a bacia. Assim, as alterações que ocorrem nessa região poderão trazer muitos problemas para a coluna.

A coluna vertebral, vista de frente ou de costas, deve ser reta. Quando ela é vista de perfil (lateral) cada região se apresenta com curvatura específica, chamada de lordose ou de cifose. É muito comum encontrarmos pessoas com essas linhas acentuadas (hiperlordose ou hipercifose), assim como encontramos também pessoas sem essas curvaturas. Quando isso acontece, chamamos de zonas planas ou com o segmento retificado.

Dor nas costas.Foto: Reprodução

Discos intervertebrais:

Os discos são estruturas cartilaginosas de pouca vascularização (circulação sanguínea). Eles variam de tamanho, de espessura e de formato, ou seja, suas características variam de acordo com o segmento vertebral. É a estrutura mais afetada da coluna vertebral e a que tem provocado grandes prejuízos para o homem moderno.

Os 23 discos estão localizados entre as vértebras. Eles se conectam com as vértebras por meio das placas terminais. Essas placas têm um papel fundamental com o envelhecimento e o desgaste dos discos e vértebras. Portanto, conhecendo esse processo evolutivo, poderemos prevenir a dor nas costas. Os discos formam cerca de 25% do comprimento total da coluna. Por isso, o envelhecimento e a desidratação dessas estruturas anatômicas irão provocar diminuição na estatura dos idosos.

O disco é constituído na sua periferia por um anel fibroso e, na sua parte interna, por uma estrutura ”gelatinosa” chamada de núcleo pulposo. O grande desafio para nós, profissionais da saúde, é saber como prevenir lesões e desgastes nessa estrutura nobre do nosso corpo. Sabemos que a coluna vertebral e seus discos têm como função primária proteger a medula espinhal e suas raízes, e esses desgastes poderão levar a compressões e atritos nessa estrutura neurológica provocando dores e incapacidades indesejadas.

Como verificamos, a estrutura da coluna vertebral é bastante complexa e organizada. Qualquer desordem que possa incidir sobre essa estrutura acaba gerando dores em suas diferentes áreas. Um exemplo é a dor nas costas (ou dor lombar), que se trata de uma das regiões mais afetadas.

Quando o assunto é coluna vertebral é fundamental uma atenção cuidadosa, pois simples dores que são, muitas vezes, ignoradas por quem as sente podem indicar complicações graves. Grande parte da população sente ou já sentiu dores nas costas que também podem ser acompanhadas por outros desconfortos, como: irradiação das dores para outros membros (pernas e braços, por exemplo); cansaço; sensação de formigamento ou dormência; espasmos musculares; fraqueza que pode gerar restrições motoras, etc.

Dentre os principais fatores de risco para dores nas costas estão inclusas as posturas inadequadas e prolongadas em ambientes de trabalho, durante a realização de atividades domésticas, nos estudos, ao dirigir ou em qualquer posição sentada ou de pé. A má postura é um forte agravante para dores nas costas. Outros fatores relacionados também podem ser mencionados: vida sedentária; mau condicionamento físico; problemas psicológicos (estresse, tensões emocionais, por exemplo); tabagismo e consumo excessivo de álcool; fatores genéticos, dentre outros.

FATORES DE RISCO PARA A DOR NAS COSTAS

Tabagismo é um dos fatores de risco para dor nas costas

– Tabagismo

Você sabia que o hábito de fumar pode elevar o desenvolvimento de dor nas costas, principalmente em pessoas que sofreram alguma lesão na região e ainda prejudica a boa recuperação de pacientes que passaram por cirurgias na coluna?

O cigarro tem efeitos importantes no coração e pulmão, estando vinculado a doenças cardíacas, câncer e até problemas neurológicos. No entanto, pouco se fala sobre a relação desse hábito com a dor nas costas. Estudos têm demonstrado que o tabagismo pode aumentar as dores musculares e articulares. Além disso, quando associado ao processo de envelhecimento, aumenta as chances de doenças articulares, com o aparecimento, principalmente, das artrites, artrites reumatoides ou osteoartrites. As pesquisas científi cas também apresentam uma estreita ligação entre o tabagismo e o aumento da dor lombar, das doenças do disco intervertebral e de complicações pós-operatórias após cirurgias de coluna.

O sobrepeso afeta muito a coluna lombar

– Sobrepeso

Normalmente, pessoas que estão acima do peso acabam impondo um esforço adicional sobre a coluna, agravando o problema de dores nas costas. Daí a necessidade de investir em uma alimentação bem selecionada e também na prática de atividades físicas para manter o peso do corpo equilibrado. Lembrando que você sempre deve consultar profissionais capacitados tanto para receber orientações sobre a dieta mais adequada para o seu caso quanto para seguir instruções corretas acerca dos exercícios físicos.

– Má alimentação

Uma dieta bem selecionada é fundamental na busca por um bom condicionamento físico, juntamente com a prática regular de exercícios. A falta de uma alimentação saudável contribui para o sobrepeso, o que tende a submeter a coluna a um maior índice de estresse e, consequentemente, às dores na região.

Dica: Existem alimentos que auxiliam diretamente na regeneração muscular, prevenindo o maior desgaste e a fadiga. Fortalecer a musculatura de sustentação da coluna é essencial para prevenir as dores na região.

O açaí é um alimento bastante energético e tem a propriedade de formação de aminoácidos, auxiliando na construção e regeneração dos músculos.  As carnes apresentam grande quantidade de aminoácidos, uma vez consumidas, estes aminoácidos vão auxiliar no desenvolvimento e no fortalecimento dos músculos. Os peixes são fontes de ômega 3, um nutriente muito importante para a regeneração, ajudando a proteger os músculos (atum, salmão e sardinha são excelentes nesses casos). As frutas cítricas, como a laranja, o limão e a tangerina, ajudam no estímulo ao desenvolvimento e a recuperação dos tecidos musculares danificados.

Além do consumo de alimentos específicos, vale ressaltar a importância de equilibrar toda a alimentação, optando por tudo que for mais saudável, evitando alimentos industrializados e que sejam ricos em gordura saturada e gordura trans.

Sedentarismo é outro fator de risco

– Sedentarismo

Você não costuma praticar exercícios físicos com regularidade? Saiba que o nível de condicionamento físico influencia bastante na ocorrência de dor nas costas. Pessoas que não se exercitam com frequência, adotando comportamentos mais sedentários em suas rotinas, estão bem mais suscetíveis à dor nas costas. Isso acontece porque a ausência de atividades que fortaleçam os músculos de sustentação da coluna implica em menor resistência aos impactos ou sobrecarga, por exemplo, que a coluna sofre comumente. Daí a importância de incluir no dia a dia a prática de uma atividade física que contribua para o fortalecimento da coluna vertebral.

Lesão por Esforço Repetitivo

– Trabalho repetitivo

Alguns dos fatores que provocam a dor nas costas estão relacionados com o trabalho repetitivo, a inclinação e a torção do tronco, ações de empurrar e puxar, além de posturas de trabalho estáticas ou sentadas. Pesquisadores descreveram o alto risco de lesões lombares relacionadas ao trabalho devido ao manuseio de cargas sob uma postura assimétrica, envolvendo a rotação de tronco. Relataram também a importância de se mensurar como diferentes técnicas de manuseio de cargas podem ajudar a diminuir os riscos de lesões ocupacionais. Cientistas concluíram que torcer o tronco durante o levantamento de uma carga aumenta imensamente as forças de compressão vertebrais se comparado com as forças estimadas em levantamentos lentos e simétricos.

Muitos artigos científicos foram publicados no sentido de mostrar variações posturais e ações no trabalho que causam dores na coluna. Existem artigos também que relatam a relação de dores na coluna lombar com levantamento de carga de maneira assimétrica, como pessoas que trabalham levantando peso com uma só mão, tais quais os empacotadores de supermercado, o próprio caixa do supermercado e etc.

Os cuidados com a postura não remetem somente à estética, a boa postura é imprescindível para evitar a dor nas costas. Se você não se posiciona corretamente nas atividades simples do dia a dia, no trabalho, ao sentar e ao deitar, por exemplo, mais cedo ou mais tarde a sua coluna será bastante afetada pelo mau hábito.

Uma postura correta deve ser funcional e esteticamente aceitável, representando equilíbrio entre os músculos e o esqueleto de forma a proteger as estruturas de suporte do corpo contra lesões ou deformidades, além de não causar fadiga ou provocar dor. Uma boa postura é uma atitude que a pessoa assume utilizando a menor quantidade de esforço muscular e procurando proteger as estruturas de suporte contra traumas. Desvios posturais como lordose cervical, cifose dorsal, lordose lombar e escoliose podem conduzir ao uso incorreto de outras articulações como: as dos ombros, braços, joelhos, pés. Manter posturas erradas por tempo prolongado pode gerar alterações posturais, enrijecendo as articulações e encurtando os músculos.  Dependendo do local das costas e da gravidade do problema, ele chega a gerar incapacidade funcional.

– Envelhecimento

Este é um fator natural, não tem como fugir. É mais comum que com o envelhecimento a dor nas costas seja mais recorrente. Mas isso não significa dizer que precisamos nos entregar à dor com o avanço da idade. O hábito de cuidar bem da coluna desde a juventude, com exercícios de fortalecimento da musculatura de sustentação da região e com a adoção de uma postura correta em todas as atividades do dia a dia, ajuda bastante na condição do paciente na velhice.

OS RISCOS DO SALTO ALTO PARA A COLUNA

uso do salto alto (principalmente frequente) pode gerar uma alteração do centro de gravidade para frente e a mulher, por sua vez, precisa empinar o glúteo, na tentativa de compensar, o que provoca um aumento da lordose da coluna, aumentando a tensão sobre a musculatura. Como resultado surge a dor nas costas e em outras regiões do corpo ou até problemas mais graves. O ideal é evitar o salto, mas se for utilizá-lo, siga alguns cuidados.

Dicas:

– Opte por comprar sapatos no final da tarde ou à noite, pois os pés incham durante o dia, o que pode atrapalhar na escolha do modelo mais confortável;

– Não queira usar sapatos menores do que o seu pé. Compre sempre o seu número;

– No momento da compra, ele deve estar o mais confortável possível;

– Sempre calce os dois pés do calçado, pois normalmente um pé é maior que o outro;

– Se o sapato causa incômodo ao seu pé, então não compre seduzida pela beleza;

– Se você precisar usar sapatos com salto no seu dia a dia, procure variar as alturas dos saltos e os modelos dos sapatos;

– E, lembre-se: conforto é essencial na escolha de qualquer modelo de calçado!

CUIDADOS COM A MOCHILA DAS CRIANÇAS

O uso de mochilas é adequado, pois distribui o peso de maneira uniforme nas costas e nos ombros. Mas alguns cuidados devem ser adotados:

– Evite colocar muitos objetos desnecessários, tornando-as muito pesadas;

– As mochilas devem pesar no máximo 10% do peso da pessoa que vai carregá-las;

– As alças devem ser reguláveis, acolchoadas e largas;

– A mochila não deve ser maior do que o tronco da criança;

– O modelo ideal para elas é o de rodinhas, pois minimiza a carga sobre o corpo;

– Não compre a mochila sem a presença da criança. Ela deve experimentá-la para não haver erros no tamanho e ajustes.

DICAS PARA ESCOLHA DO COLCHÃO E TRAVESSEIRO CORRETOS

Poucas pessoas sabem, mas o travesseiro e o colchão que utilizamos na hora do sono podem influenciar bastante na ocorrência de dor nas costas. Veja algumas dicas para não errar na escolha:

– Experimente-o ainda na loja, deitando-se de frente e de lado;

– O colchão deve ser virado uma vez por mês;

– Ele deve ser trocado no máximo a cada 10 anos;

– O tempo de uso de um colchão pode variar de 1 a 10 anos dependendo dos materiais e do acabamento utilizados;

– A densidade deve ser de acordo com o peso e a altura da pessoa. Quando se escolhe um colchão para casal, deve-se levar em consideração o peso e a altura do cônjuge maior;

– Quanto à firmeza, seu colchão não deve ser muito duro, nem muito macio. Nos colchões muito macios, a coluna fica “torcida”, já os muito duros não se ajustam ao contorno do corpo;

– O travesseiro ideal é o que preenche o espaço entre a cabeça e o ombro, quando estamos deitados de lado, ele deve permitir que se forme um ângulo de 90 graus entre o pescoço e a linha dos ombros;

– Assim como o colchão, o travesseiro não deve ser muito rígido nem muito mole.

Hérnia de disco

TENHO DOR NAS COSTAS: SERÁ HÉRNIA DE DISCO?

Apesar de a dor nas costas ser muito frequente, poucos são os diagnósticos precisos, tornando uma imensa dúvida, principalmente, quanto a possibilidade de uma hérnia de disco.

E, afinal, o que é hérnia de disco?

A coluna vertebral é composta por diversos ossos denominados vértebras. Entre essas há o disco intervertebral (que já falamos anteriormente), uma estrutura cartilaginosa, em forma de anel, elástico, cuja função é evitar o atrito entre uma vértebra e outra e amortecer o impacto. A saída da parte central desse disco, o núcleo pulposo, através de uma fissura é a dita hérnia de disco.

A extrusão do núcleo pulposo pode provocar uma compressão nas raízes nervosas correspondentes a hérnia de disco ou a protrusão. Esta compressão poderá causar os mais diversos sintomas.

Os discos intervertebrais sofrem um desgaste com o tempo e o uso repetitivo, facilitando a formação de hérnias de disco, ou seja, parte deles sai da posição normal e comprime as raízes nervosas que emergem da coluna. Além disso, muitos indivíduos apresentam predisposição genética e maus hábitos de vida. Esse problema é mais frequente nas regiões lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento e que suportam mais carga.

O sintoma mais marcante dessa doença é a dor nas costas intensa que pode ser incapacitante. Porém, os sintomas são diversos e estão associados à área em que houve compressão da raiz nervosa, podendo, assim, serem irradiados para outras áreas. Pode haver parestesias (formigamentos) com ou sem dor; dor nas pernas e pés, braços, mãos e dedos; dormência nos membros. E, nos casos mais graves, pode haver perda de força nas pernas e incontinência urinária.

O diagnóstico pode ser clínico, através das características dos sintomas e resultado dos exames neurológicos. Além disso, a hérnia de disco pode ser visualizada em exames como Raio-X, tomografia e ressonância magnética, que ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada.

Com tantos fatores influenciando na coluna é necessário bastante cuidado. E o primeiro passo é jamais ignorar uma dor na coluna vertebral, independentemente sobre qual região incida. Aos primeiros sinais de dores, o ideal é procurar sempre por um especialista em coluna. A partir do diagnóstico exato, torna-se mais seguro e eficaz a aplicação de um tratamento específico.

Da Redação com informações do site ITC Vertebral

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