O MDB possui uma das bancadas mais antigas e tradicionais do Senado, mas a renovação em massa que será necessária em 2026 preocupa seus líderes
Por Redação
Uma semana após o primeiro turno das eleições municipais, o MDB já está se movimentando para traçar estratégias para o pleito nacional de 2026. O partido, que perdeu para o PSD a liderança como a sigla com maior número de prefeituras no Brasil, enfrenta desafios significativos , principalmente no Senado. Dos 11 senadores da bancada atual, 10 terão seus mandatos encerrados em 2026, o que traz o risco de uma redução especial na representação do partido na Casa Alta.
Preocupação com a bancada no Senado
O MDB possui uma das bancadas mais antigas e tradicionais do Senado, mas a renovação em massa que será necessária em 2026 preocupa seus líderes. Dos 11 senadores em exercício, apenas Renan Filho (MDB-AL), eleito em 2022, tem o mandato garantido até 2030. O ex-presidente do Congresso Nacional e atual senador por Alagoas, Renan Calheiros, é um dos principais articuladores para a manutenção da força do partido na Casa. Ele já se apresenta como pré-candidato à reeleição e defende a formação de uma comissão interna para começar a definir os nomes dos concorrentes.
Para Renan, a organização prévia e o fortalecimento das bases são essenciais para que o partido se prepare. “Toda vez que o MDB cresceu, ele cresceu muito em função de estímulo, de organização, de conversas. Foco na base”, argumenta o senador, que provavelmente enfrentará uma disputa acirrada com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, pelo Senado em Alagoas.
Os Senadores que encerram seus mandatos
Além de Renan Calheiros, outros nomes históricos do MDB também precisarão disputar a reeleição em 2026, incluindo:
- Alessandro Vieira (SE);
- Confúcio Moura (RO);
- Eduardo Braga (AM);
- Fernando Dueire (PE);
- Giordano (SP);
- Jader Barbalho (PA);
- Marcelo Castro (PI);
- Veneziano Vital do Rêgo (PB).
Essa situação impõe ao partido o desafio de renovar quase toda sua bancada senatorial em um único pleito, o que pode ter um impacto significativo em sua capacidade de articulação e influência política.
Fragmentação na eleição presidencial de 2026
O senador Renan Calheiros acredita que o cenário das eleições de 2026 poderá ser marcado por uma “pulverização” de candidatos à presidência, especialmente no campo da centro-direita. O resultado das eleições municipais de 2024 indicou um fortalecimento de partidos mais ao centro e centro-direita, o que pode estimular diferentes siglas para lançar candidatos próprios.
Renan destaca que o PSD pode apostar no nome do governador do Paraná, Ratinho Júnior, e o União Brasil pode lançar o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Essa influência seria, segundo o senador, mais evidente entre os partidos de direita, enquanto o campo progressista deve se concentrar em torno de menos nomes, com o PT e partidos aliados buscando manter a coalizão em torno do presidente Lula ou de um sucessor.
Desafios e estratégias do partido para 2026
O MDB enfrenta um dilema estratégico: como evitar a fragmentação interna e manter sua relevância em um cenário cada vez mais competitivo? Para lidar com esses desafios, a ala liderada por Renan Calheiros propõe que o partido priorize uma definição de nomes para o Senado com antecedência, evitando que lideranças locais busquem outros partidos por falta de espaço ou garantias de apoio.
Outra proposta em discussão é a busca por coligações e alianças que possam fortalecer as candidaturas majoritárias nos estados, além de promover uma campanha para aumentar a representatividade feminina e jovem no partido. O objetivo é mostrar renovação e adaptabilidade às demandas da sociedade.
Impacto das eleições municipais
As últimas eleições legislativas foram uma escala importante para o MDB, que perdeu espaço em cidades-chave e viu o PSD assumir a liderança em número de prefeituras. Esse resultado não exige apenas uma avaliação cuidadosa dos erros e acertos, como também força o partido a compensar suas estratégias para reconquistar o eleitorado. Os municípios são tradicionalmente uma base importante para o MDB, e a perda de prefeitos pode impactar qualidades nas campanhas para as cargas legislativas e majoritárias em 2026.
A perspectiva de renovação e fortalecimento do MDB passa por uma reorganização interna que deve começar desde já, envolvendo tanto os veteranos quanto as novas lideranças. Para o partido, o caminho até as eleições de 2026 será marcado pela necessidade de articulação política intensa e pela busca por uma nova identidade que equilibre tradição e renovação.
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Da Redação do Agenda Capital
