A doença crônica afeta milhões e aumenta risco de morte prematura. Um problema de saúde pública crescente

Por Redação

Um relatório global recente revelou que um em cada três brasileiros vive com obesidade, um número alarmante que tende a aumentar nos próximos anos. Os dados, provenientes do Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade (WOF), apontam para um cenário preocupante, com 68% da população brasileira acima do peso.

Obesidade é uma doença crônica que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no corpo. Ela é causada por um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade de calorias gastas. 

Números alarmantes:

  • 31% dos brasileiros vivem com obesidade.
  • 68% da população tem excesso de peso.
  • Projeção de aumento de 33,4% na obesidade masculina e 46,2% na feminina até 2030.
  • 60,9 mil mortes prematuras no Brasil atribuídas a doenças crônicas relacionadas à obesidade.

Causas e consequências

O relatório destaca que a falta de atividade física é um dos principais fatores contribuintes para o problema, com cerca de metade da população adulta não praticando exercícios na frequência e intensidade recomendadas. Além disso, o consumo crescente de alimentos ultraprocessados e a dificuldade de acesso a alimentos saudáveis também são apontados como agravantes.

As consequências da obesidade são graves, incluindo o aumento do risco de doenças crônicas como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. O Atlas Mundial da Obesidade 2025 estima que mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com obesidade, e esse número pode ultrapassar 1,5 bilhão até 2030 se medidas eficazes não forem implementadas.

De acordo com o endocrinologista Marcio Mancini, diretor do Departamento de Tratamento Farmacológico da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o Brasil precisa tratar o sobrepeso e a obesidade com uma questão de saúde pública.

“É um problema de saúde pública, não dá mais para responsabilizar um indivíduo. Não dá para falar para aquela pessoa que sai às 5h da manhã de casa e chega em casa às 21h, que passa várias horas em transporte público, para comer mais frutas e legumes e ir para academia fazer exercício”, defende. “O problema de saúde pública tem que ser enfrentado com medidas de saúde pública”, pontua.

Ações necessárias

Especialistas defendem que a obesidade deve ser tratada como uma questão de saúde pública, com a implementação de políticas que incentivem a alimentação saudável e a prática de atividade física. Algumas das medidas propostas incluem:

  • Aumento de taxas para bebidas açucaradas.
  • Rotulagem clara de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio.
  • Redução dos preços de alimentos saudáveis.
  • Campanhas permanentes de educação alimentar nas escolas.
  • Melhorias na infraestrutura urbana, como a criação de parques e calçadas adequadas.
  • Melhorias no transporte público, para incentivar o uso do mesmo.

Campanha “Mudar o Mundo Pela Saúde”

Em resposta a esse cenário, a campanha “Mudar o Mundo Pela Saúde” busca mobilizar governos, organizações de saúde e a sociedade em geral para promover mudanças. Nesta terça-feira (4), Dia Mundial da Obesidade, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) lançam o e-book gratuito “Mudar o Mundo Pela Nossa Saúde”, com o objetivo de analisar e propor soluções para o problema.

Comparativo global

O Brasil apresenta índices de obesidade menores que os dos Estados Unidos (75% da população com excesso de peso), mas maiores que os da China, o que indica a necessidade de ações urgentes para reverter a tendência de crescimento.

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Da Redação do Agenda Capital

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