Ministro alega inocência e diz que saída é para evitar constrangimentos ao governo
Por Redação
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), pediu demissão do cargo nesta terça-feira (8) após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de desvio de emendas parlamentares durante seu mandato como deputado federal. A saída, anunciada em carta pública, visa “proteger o governo Lula” e permitir que ele se dedique à defesa no STF, onde nega todas as acusações.
O caso e a reação de Juscelino
A denúncia da PGR aponta que Juscelino direcionou emendas orçamentárias para obras em Vitorino Freire (MA), município administrado por sua irmã, Luanna Rezende, e teria recebido propinas por meio de licitações fraudulentas. Investigação da Polícia Federal identificou que parte dos recursos foi usada para asfaltar uma estrada que beneficiava propriedades da família.
Em sua carta de demissão, Juscelino afirmou:
“Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir. […] As acusações são infundadas, e confio no STF para que a verdade prevaleça” .
O presidente Lula havia sinalizado em 2024 que o ministro seria afastado se denunciado. Nesta terça, os dois conversaram por telefone antes da decisão final.
Repercussão política
A saída de Juscelino eleva para 10 as trocas ministeriais no governo Lula desde 2023. O União Brasil, seu partido, já articula a indicação do líder na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), para a pasta das Comunicações. O nome foi discutido em reunião com a ministra Gleisi Hoffmann (PT) e o presidente do partido, Antônio Rueda.
Aliados do Planalto avaliam que a demissão pode destravar uma reforma ministerial mais ampla, com possíveis mudanças em pastas como Turismo, Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Agrário.
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Da Redação do Agenda Capital
