Eliana Pedrosa, candidata do PROS ao GDF. Foto: Reprodução

Por Correio / CB.Poder

Em entrevista ao programa CB.Poder, a candidata ao GDF Eliana Pedrosa (Pros) prometeu o pagamento da terceira parcela do reajuste salarial aos servidores públicos. Ela também confirmou que encaminhará, no início do mandato, se eleita, o pedido da paridade salarial que recompõe a remuneração de policiais civis em 37% para se igualar aos agentes da Polícia Federal. Ela afirmou, ainda, que revisará benefícios fiscais concedidos a empresas, assim como mudará a prática de concessão. Na sabatina, Eliana reforçou as principais bandeiras de campanha, como redução de pardais, mudança na gestão de hospitais e iniciativas para zerar filas nas unidades de saúde.

Na campanha eleitoral, a senhora tem falado muito de saúde e promete zerar filas. Como será feito?

Por mutirões, chamando médicos que se aposentaram recentemente. Muitos estão a fim de dar um pouco do seu conhecimento e do seu trabalho e também utilizando a capacidade ociosa do setor privado fora do horário de expediente desses entes privados. Também temos a possibilidade da própria mão de obra dentro dos horários normais da Secretaria de Saúde.

Um dos temas de campanha de candidatos tem sido o Instituto Hospital de Base. Vários prometeram extingui-lo se tomarem posse. Como isso seria feito?

Não será extinto nos primeiros dias. Se fizer isso, não tem com o que substituir.

A senhora concorda com o Instituto?

Ele vem como uma boa proposta, mas estão acontecendo muitos questionamentos em relação à transparência, em relação às compras, a retirada de servidores efetivos sem explicação, como se não fossem pessoas, mas objetos. O Instituto Hospital de Base tem um gestor que é da secretaria, mas a contratação é toda feita por uma organização social, que é privada.

As contas do GDF estão críticas, como tem apontado Rollemberg nos últimos três anos?

Está pior do que quando o atual governo recebeu do ex-governador Agnelo Queiroz (PT). As últimas publicações no Diário Oficial do DF apontam que, até julho, tínhamos um deficit de R$ 1,2 bilhão, sem considerar os restos a pagar. Esse é o retrato até o meio do ano, mas a situação tem várias outras dificuldades. O Iprev, como foi gerido até agora, o DF perdeu certificado de regularização previdenciária, e causa impacto, porque passa a ter impedimento de receber emendas parlamentares. É uma preocupação.

Diante disso, é possível conceder a paridade dos policiais civis?

Com certeza. O valor da Polícia Civil está dentro do Fundo Constitucional. Há possibilidade de fazer equiparação da Polícia Civil com a Polícia Federal. Vamos encaminhar a solicitação de recomposição salarial ao governo federal no início da gestão, até porque não é o GDF quem decide isso. Encaminhamos o pedido para ser analisado em âmbito federal. Essa equiparação vai acontecer no momento em que vier a resposta do governo federal.

E em relação às outras 32 categorias do GDF?

Isso se refere ao orçamento local. Teremos muita responsabilidade em tratar disso, mas a minha proposta é que cada categoria indique um representante para fazer um acompanhamento do orçamento do DF. Nós temos passivos grandes, não apenas com o pagamento da terceira parcela de reajuste salarial, mas existem horas extras de equipes de saúde, além de questões de insalubridade e de pecúnias em todas as categorias. O que nós queremos é garantir o pagamento da terceira parcela o mais rápido possível.

Quais seriam as propostas de incentivos fiscais para atrair empresas para Brasília?

Os benefícios fiscais concedidos precisam passar por uma revisão. O GDF dá o benefício e não sabe como retorna para a população, no sentido de geração de emprego. Por isso, vou criar a Secretaria de Gestão Estratégica para monitorar o benefício concedido.

De que forma a senhora pretende tratar os contratos da sua família com o governo?

A minha família tem uma empresa com contratos com o GDF, mas desacelerados ao longo do tempo. Hoje, a inadimplência do governo com as empresas é alta, e isso prejudica. Tanto é que nós estamos saindo desse segmento público e migrando para o privado. Não temos interesse em prestar serviço para o GDF, e isso não é uma percepção minha, mas de toda a família.

Pesquisas mostram que a senhora lidera algumas pesquisas, mas, ao mesmo tempo, está tecnicamente empatada com Rollemberg, Rosso e Fraga. O que o eleitor considera na hora de votar?

Ele quer uma pessoa com viés prático, e eu sou a pessoa de colocar a mão na massa. De falar menos e fazer mais. O eleitor quer um representante como ele, que acorda todos os dias cedo e, se precisar de um segundo ou terceiro turno, enfrenta. Como candidata mulher que está dentro dessa disputa de forma real, é importante frisar que sabemos administrar muito bem.

A senhora concorda com a regularização de condomínios por meio de venda direta?

Existem áreas públicas com parcelamentos privados, como Arapoanga, em Planaltina, que a Terracap não tem interesse em regularizar, porque não ganha nada com isso. O Arapoanga está consolidado e temos de regularizar, com instalação de equipamentos públicos. Temos várias áreas de nascentes para preservar. A tendência no nosso governo é de regularização, e nós vamos fazer. Em vez de derrubar, levaremos as pessoas para outros locais.

A Luos está na Câmara Legislativa, mas talvez não seja votada até o fim das eleições. Se eleita, a senhora vai defender esse processo para que seja colocado em votação no próximo ano?

Se interpretarmos que o projeto não configura o pensamento do novo governo, vamos pedir aos deputados que não levem adiante para fazermos uma rediscussão do processo.

Uma das propostas da senhora é alvo de contestação de especialistas, como redução de até metade dos pardais. Por que a senhora propôs isso?

Essa profusão de pardais só existe no Brasil. Alguma coisa está errada com relação a isso. Tenho dito que temos de nos preocupar com a educação no trânsito. O que fez com que o projeto da faixa de pedestre desse certo? Campanha massiva de educação e campanha efetiva de fiscalização. Os agentes de trânsito podem participar desse processo ou os pardais podem ser substituídos por barreiras eletrônicas. Ninguém está propondo retirar pardal de ruas que tenham escolas, residências ou hospitais. Hoje, os dois pontos que mais causam acidentes são a bebida e o uso do celular ao volante.

Da Redação com informações do Correio

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here