Árvore seca na Esplanada dos Ministérios em Brasília (DF) — Foto: Evaristo SA/AFP

De acordo com OMS, umidade deve ficar em torno de 60%. Previsão do Inmet é de alerta laranja até quinta-feira (10), com riscos de incêndios e desconforto físico.

Por Redação*

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê uma semana de calor e aumento da seca no Distrito Federal. Os índices mínimos de umidade relativa do ar devem variar de 20% a 15%.

Esses valores estão abaixo dos índices estimados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que avalia que para uma boa qualidade do ar, a umidade deve ficar em torno dos 60%. Na contramão da baixa umidade, comum ao período de estiagem, a temperatura máxima prevista para esta terça-feira (8) é de 33ºC.

De acordo com a previsão do Inmet, quinta-feira (10) será o dia com umidade relativa mais baixa, podendo gerar um alerta laranja, com riscos de incêndios florestais e à saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz.

Segundo o meteorologista do Inmet Heráclio Alves, o mês de setembro costuma ser o período com a umidade mais baixa do ano, por ser um período de transição, com a chegada da primavera, no próximo dia 22.

“O normal é que na segunda quinzena [de setembro] as chuvas comecem. Não em volume suficiente para acabar com o clima seco, mas já abrindo a temporada de chuvas, que começa de verdade em outubro”, afirma.

Na contagem do Inmet, esta terça-feira é 106º dia consecutivo sem chuva na capital. Para os meteorologistas, a precipitação que ocorreu em agosto não entra nos registros do instituto.

“A chuva que aconteceu em algumas áreas da cidade, no dia 22 de agosto, nem pode ser contada como chuva, porque nossas estações automáticas nem registraram”, afirma Heráclio Alves.

No entanto, mesmo considerado o mês mais crítico da seca, a média de chuva no mês de setembro é de 46,6 milímetros, enquanto em agosto, a média é de 24,1 milímetros. “Quando a estação seca vai embora, aparecem os extremos: a umidade cai muito e a temperatura se eleva”, explica o meteorologista.

Somente no último fim de semana, o Corpo de Bombeiros atuou no combate a 128 focos de incêndios florestais em Brasília. Foram 83 casos no sábado (5) e 45 casos no domingo (6).

Entre os locais atingidos estão a Floresta Nacional de Brasília (Flona), o Centro Olímpico da Universidade de Brasília UnB) e a Área Alfa da Marinha. Segundo os bombeiros, a vegetação destruída nas ocorrências é equivalente a 602 hectares (6.026.114 metros quadrados). Não houve vítimas.

Um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que, no mês passado, o Cerrado foi o bioma com o segundo maior número de focos de incêndios florestais, atrás apenas da Amazônia. Ao todo, foram 10.155 ocorrências em agosto.

Só no Distrito Federal, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros, foram incendiados mais de 6,9 mil hectares de Cerrado e registradas 3.912 ocorrências de queimadas.

André Cunha, professor e pesquisador de ecologia e turismo da Universidade de Brasília (UnB), explica que a incidência de fogo no Cerrado “é um evento natural que evoluiu junto com o bioma há centenas de milhares de anos”. Segundo ele, no fim da temporada de chuvas – e também no início dela – muitas queimadas são provocadas pela queda de raios.

Mas o pesquisador aponta que as queimadas naturais não são tão severas quanto as queimadas criminosas. “As labaredas provocadas pelo homem, além de devastar a fauna e a flora, afetam o turismo e o comércio local, assim como a saúde da população”, explica.

*Com informações do G1/DF

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