
O estudo indica que ela é apenas efetiva com uma segunda dose e que a eficácia cai com idade cada vez mais avançada
Por Redação
Em sua avaliação semanal sobre o estado da pandemia da covid-19 pelo mundo publicado nesta quarta-feira (28), a OMS (Organização Mundial da Saúde) destacou o resultado positivo da eficácia das vacinas depois de mais de seis meses de campanhas de imunização, ainda que dúvidas existam sobre o impacto das variantes.
Mas, em seu mapeamento dos estudos internacionais sobre os diferentes imunizantes e sua eficácia em “cenário do mundo real”, a agência traz dados indicando que a CoronaVac apresenta resultados inferiores aos demais produtos.
Até hoje, os dados apenas se referiam aos testes realizados pela empresas e monitorados por agências nacionais e internacionais. Mas com mais de seis meses de campanhas de vacinação, os primeiros estudos mais completos são apresentados sobre o impacto dos imunizantes na vida cotidiana de milhões de pessoas.
A OMS já chancelou a CoronaVac, que inclusive passou a entrar na rede de distribuição global e é considerada como eficiente o suficiente e segura para ser aplicada. Não há qualquer plano da agência de rever tal status, e acordos têm sido fechados com a Sinovac, a produtora da vacina.
O documento da agência internacional cita um estudo realizado no Brasil e liderado pelo pesquisador Otavio Ranzani. Nele, constata-se de forma positiva que a vacina está relacionada com a redução de casos de covid-19, queda de hospitalização e redução de mortes em idosos acima de 70 anos de idade em locais onde há transmissão extensa de Gamma.
O estudo indica que ela é apenas efetiva com uma segunda dose e que a eficácia cai com idade cada vez mais avançada.
No geral, a CoronaVac apresentou 41% em eficácia contra covid-19 sintomática, 71% contra mortes e 59% contra contra hospitalização.
Em cerca de outros dez estudos realizados pelo mundo com outras vacinas, os resultados da eficácia apontaram para taxas acima de 70%. Também foram avaliadas as doses da AstraZeneca no Reino Unido, 16 estudos e diferentes sobre Pfizer no Canadá, Reino Unido e Israel e Moderna, com taxas de eficácia acima de 90%.
Imunizantes usados em campanhas contra outras doenças —como gripe e tuberculose— têm eficácia entre 60% e 70%. O valor, porém, varia ao longo dos anos e já atingiu menos de 50%.
Com UOL