
Embaixada dos Estados Unidos na Ucrânia chama ataque russo à usina nuclear de crime de guerra
Por Redação*
O Conselho de Segurança da ONU realiza nesta sexta-feira (4) uma reunião de emergência após a tomada da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. As forças russas seguem com as operações militares no país, neste nono dia da guerra, e estão cercando a capital ucraniana, Kiev .
A tomada do controle da usina, a maior de energia nuclear da Europa, aconteceu após um incêndio que durou quatro horas num prédio de treinamento do lado de fora do complexo do reator principal. O Serviço de Emergência da Ucrânia conseguiu controlar o fogo às 6h20 no horário local (1h20 no horário de Brasília). Os níveis de radioatividade não foram alterados, segundo informação do órgão regulador ucraniano repassada à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou as forças russas de atacarem intencionalmente a usina nuclear e pediu aos líderes mundiais que detenham as forças russas “antes que isso se torne um desastre nuclear”.

Os russos, por outro lado, acusam “sabotadores” ucranianos de serem os responsáveis pelo incêndio, um ato de “monstruosa provocação”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.
Logo após a confirmação da ocorrência, havia o temor de que o fogo provocasse um vazamento de material radioativo, o que não foi reportado. Em 1986, a Ucrânia viveu o catastrófico acidente nuclear ocorrido na usina de Chernobyl.
O porta-voz da usina de Zaporizhzhia, Andrii Tuz, afirmou que a central não sofreu nenhum dano crítico, embora apenas uma unidade de geração de energia entre seis esteja operando.
Além do cerco a Kiev, no restante do país, as forças russas seguem avançando e ameaçando importantes cidades ucranianas. Mariupol, no sul, ainda está sob controle ucraniano, mas “provavelmente cercada por forças russas”, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido. Em Kharkiv, segunda maior cidade do país, 33 civis morreram vitimas dos ataques russos nas últimas 24 horas.
Forças russas atacam Mykolaiv para obter controle da costa do Mar Negro na Ucrânia
Tropas russas avançam na cidade portuária de Mykolaiv, um ponto-chave no que parece ser uma tentativa de assumir o controle da costa do Mar Negro da Ucrânia. O prefeito de Mykolaiv, Oleksandr Senkevych, disse em uma entrevista nesta quinta-feira, 3, que as forças russas que capturaram a cidade de Kherson, no sul, na quarta-feira, e estavam indo para noroeste em direção à sua cidade. A distância é de cerca de 58 quilômetros.
Aproximadamente 800 veículos russos, incluindo uma coluna de lançadores de foguetes, avançavam sobre Mykolaiv do norte, leste e sul. Senkevych disse que não houve bombardeios dentro da cidade, mas que as forças ucranianas entrincheiradas ao longo do perímetro da cidade foram disparadas por foguetes de longo alcance, forçando-os a recuar constantemente.

Números da guerra
Segundo informação das Forças Armadas da Ucrânia, até esta sexta-feira (4), 9166 russos perderam a vida no confronto. 251 tanques e 33 aeronaves (não especificadas) foram abatidas pelos ucranianos. Os russos também teriam perdido 37 helicópteros e 939 veículos blindados.
A Rússia não confirma os números. Informações do Ministério da Defesa russo divulgadas no dia 2 de março dão conta de 498 mortes confirmadas.
Também há um monitoramento das mortes fora das forças armadas. O escritório de direitos humanos da ONU disse, nesta sexta-feira, que 331 civis foram mortos e 675 feridos na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, acrescentando que o número real provavelmente foi muito maior. Entre os 331 mortos, estavam 19 crianças, afirma a ONU.
Com CNN/Agências Internacionais