A passagem de fronteira de Rafah, que liga o norte da Península do Sinai à Faixa de Gaza, abriu temporariamente neste sábado (21/10) para permitir a entrada de 20 caminhões levando remessas de ajuda humanitária ao enclave palestino.
Por Redação
Mais de 200 caminhões levando aproximadamente 3 mil toneladas de ajuda humanitária estão estacionados há dias no lado egípcio, perto da passagem, esperando poderem seguir para Gaza.
Após o ataque de 7 de outubro do grupo terrorista Hamas, Israel bloqueou o território e lançou ondas de bombardeios.
Os 2,3 milhões de palestinos de Gaza, metade dos quais fugiram das suas casas, estão racionando comida e bebendo água suja. Hospitais dizem que são ficando sem suprimentos médicos e combustível para geradores de emergência em meio a um apagão de energia em todo o território.
Só 20 caminhões passaram
Segundo informação da mídia egípcia e do Crescente Vermelho egípcio, apenas 20 caminhões cruzaram para Gaza neste sábado (21/10), levando sobretudo suprimentos médicos e alimentos.
“Não sabemos quanto tempo a fronteira permanecerá aberta para a saída de cidadãos estrangeiros de Gaza”, escreveu em comunicado, acrescentando que os cidadãos dos Estados Unidos que tentarem entrar no Egito por Rafah devem encontrar um ambiente “caótico e desordenado”, disse a embaixada norte-americana.
A Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém anunciou que a passagem seria aberta por volta das 10h, pelo horário local — 4h, em Brasília. Pouco depois deste horário, emissoras de TV do Egito começaram a exibir imagens de caminhões atravessando a fronteira.
Após a passagem dos 20 veículos, o corredor voltou a ser fechado.

A passagem – a única para Gaza não controlada por Israel – fechou novamente depois da travessia dos caminhões.
O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, disse que o comboio “não deve ser o último” e que a entrega daria início a “um esforço sustentável para fornecer suprimentos essenciais” a Gaza.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou na sexta-feira que a ajuda era “a diferença entre a vida e a morte” para muitos habitantes de Gaza.
“Gota no oceano”
Mas o diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, disse que o acordo do presidente dos EUA, Joe Biden, para uma entrega inicial de 20 caminhões é “uma gota no oceano da necessidade” e que são necessários 2 mil caminhões.
A abertura da fronteira ocorreu depois de mais de uma semana de diplomacia de alto nível com ajuda de vários mediadores, incluindo visitas à região do presidente dos EUA, Joe Biden, e do secretário-geral da ONU, António Guterres.
A passagem de Rafah foi aberta por volta das 10h (horário local), horas depois que o Hamas libertou uma mulher americana e sua filha adolescente, as primeiras reféns a serem libertadas depois do ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro.
O Hamas libertou Judith Raanan e sua filha de 17 anos, Natalie,
na sexta-feira pelo que considerou serem razões humanitárias num acordo com o Catar, uma nação do Golfo Pérsico que muitas vezes serviu como mediadora no Oriente Médio.
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Da Redação do Agenda Capital (md (AFP, AP, Reuters)