Ex-presidente questionou intimação feita dentro do hospital e afirmou que o intestino dele não está funcionando
Por Redação
Ao receber a intimação da contagem do prazo de 5 dias para que faça a defesa prévia na ação em que é acusado de tramar um golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou com a oficial de Justiça encarregada da tarefa e fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro criticou o prazo legal começar a ser contado com ele em uma UTI do hospital DFStar, em Brasília.
Nesta quarta-feira, 23, o STF informou que determinou a intimação de Bolsonaro na unidade após o ex-presidente gravar uma live em que comercializava capacetes de grafeno com os filhos e o ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet. Inicialmente, a Corte diz ter orientado a oficial de Justiça a aguardar uma data mais adequada para fazer a intimação.
“A senhora tem noção de que está uma sala de UTI do hospital?”, questionou Bolsonaro.
A oficial então afirma que conversou com os diretores do hospital e com os advogados de Bolsonaro. O ex-presidente passa a pressioná-la a a ler o nome de quem determinou a intimação dele no hospital.
A oficial explicou que o mandado estava em aberto desde o dia 11, e Bolsonaro começa a questionar o processo no qual ele é acusado, mesmo com a oficial de Justiça não tendo qualquer papel no trâmite da ação.
Durante a conversa, fala sobre seu estado de saúde. “Tive um procedimento invasivo hoje de manhã, que meu intestino não está funcionando. Infelizmente, vou para sala de imagem agora, aplico o contraste e poderia assinar mais tarde sem problemas. Mas como a senhora insistiu…”, afirmou Bolsonaro.
A oficial então explica que às vezes precisa dar uma notícia que a pessoa não quer receber, mas que as informações constantes no documento já eram de conhecimento, estavam na mídia, em referência ao fato de que a aceitação da denúncia já foi noticiada.
O ex-presidente foi submetido a uma cirurgia no dia 13 e, desde então, está internado na UTI. Seus boletins médicos apontam evolução do quadro, mas sem previsão de alta.
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Com Estadão/Agenda Capital
