Pedido de prisão ocorreu no âmbito da Operação Integration, que investiga lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais; reportagem tenta contato com a defesa do cantor
Por Redação
A Justiça de Pernambuco determinou, nesta segunda-feira, 23, a prisão do cantor Gusttavo Lima. A decisão é da juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça do Estado. A reportagem tenta contato com a defesa do sertanejo, de 35 anos.
O pedido de prisão ocorreu no âmbito da Operação Integration, comandada pela Polícia Civil de Pernambuco, que investiga lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais. Na mesma operação, foi presa a influenciadora digital Deolane Bezerra.
“A conivência de Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima] com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, diz trecho da decisão da magistrada, à qual a reportagem teve acesso.
Para embasar a justificativa, a decisão cita que Gusttavo Lima deu “guarida a foragidos” e cita uma viagem em que o cantor fez com o casal de investigados na Operação Integration, José André e Aislla, de Goiânia para a Grécia.

O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. A decisão foi tomada em meio à Operação Integrations, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro.
No documento, a juíza alega que o cantor teria protegido investigados na operação.
A magistrada citou a viagem de Gusttavo Lima à Grécia, onde apareceu em fotos com os investigados. Além disso, a aeronave que transportou o cantor poderia ter deixado os dois suspeitos no exterior.
“Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha. Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, revela o texto.
“É fundamental ressaltar que, independentemente de sua condição financeira, ninguém pode se furtar à Justiça. A riqueza não deve servir como um escudo para a impunidade, nem como um meio de escapar das responsabilidades legais. A aplicação da lei deve ser equânime, assegurando que todos, independentemente de sua posição social ou econômica, respondam por suas ações. A tentativa de se eximir das consequências legais por meio de conexões financeiras é uma afronta aos princípios fundamentais do Estado de Direito e à própria noção de justiça”, disse a magistrada.
Avião que era do cantor foi apreendido
No inicio do mês, um avião foi apreendido em Jundiaí, interior de São Paulo, durante a operação Integration. A aeronave está registrada no nome da empresa Balada Eventos, do cantor Gusttavo Lima, mas é operada pela empresa JMJ Participações.
O proprietário da JMJ é José André da Rocha Neto, também dono da VaideBet, um site de apostas online. Também há um mandado de prisão contra Rocha Neto pela mesma operação.
A assessoria do artista sertanejo afirmou que o avião foi vendido para a JMJ, mas disse que o registro ainda consta em nome da empresa de Gusttavo Lima enquanto aguardam a documentação sair.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que a parte vendedora (empresa Balada Eventos, do cantor) ainda detém a propriedade e posse indireta do avião enquanto o pagamento integral não é concluído com a JMJ.
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Com Agenda Capital/Estadão/G1