Políticos começam a movimentar os bastidores em prol de candidaturas viáveis
Por Delmo Menezes*
O cenário político do Distrito Federal começa a esquentar em torno das eleições majoritárias de 2026. Enquanto o calendário eleitoral avança, os bastidores da capital federal já testemunham movimentações estratégicas de políticos que buscam consolidar candidaturas viáveis para o pleito. Com o prazo de desincompatibilização marcado para 31 de março de 2026, aqueles que ocupam cargos de direção precisam definir seus rumos políticos nos próximos meses. As articulações se intensificam, e os principais nomes do cenário local começam a se movimentar para tentar viabilizar sua candidatura.
A corrida para o Governo do Distrito Federal (GDF), já começa a ganhar forma, com alguns nomes de peso se movimentando para consolidar suas candidaturas. Confira abaixo alguns dos nomes que despontam como possíveis candidatos.
Celina Leão em vantagem
No Distrito Federal, a atual vice-governadora Celina Leão (PP) desponta como uma das candidatas mais competitivas. Após ser absolvida na Justiça na Operação Drácon, Celina ganhou fôlego político e leva vantagem sobre potenciais adversários. Ela conhece os bastidores da política como poucos e tem experiência acumulada desde os tempos da família Roriz. Sua trajetória lhe confere uma vantagem estratégica sobre seus adversários.
A vice-governadora assumirá o governo em 1º de abril de 2026, já que o atual governador, Ibaneis Rocha, terá que deixar o cargo para concorrer ao Senado, caso confirme essa pretensão. Se confirmada essa movimentação, ela terá a máquina do governo a seu favor, o que fortalece ainda mais sua posição na corrida ao Palácio do Buriti.
A esquerda sem um nome forte
No campo da esquerda, a falta de um nome de peso pode dificultar a formação de uma candidatura viável. O ex-deputado petista Geraldo Magela é mencionado com alguma possibilidade, mas seu longo afastamento do poder reduziu sua relevância no cenário político, o que dificulta uma candidatura robusta.
Outra opção seria Leandro Grass (PV), que chegou ao segundo turno nas últimas eleições. No entanto, apesar de sua ascensão política, ainda carece de um peso político mais consolidado para uma candidatura majoritária competitiva. Como se sabe, cada eleição tem dinâmicas próprias, e o desafio para a esquerda será encontrar um nome que possa mobilizar eleitores e formar alianças estratégicas.
Izalci Lucas e os desafios da direita
O senador Izalci Lucas (PL) é um nome reconhecido por sua gestão competente em diversas pastas, mas enfrenta dificuldades para ampliar sua base de apoio. Embora esteja no partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, não é considerado um bolsonarista de carteirinha, o que pode dificultar sua adesão ao eleitorado mais fiel ao ex-presidente. Sua viabilidade como candidato dependerá da costura de alianças e do apoio de setores estratégicos.
Reguffe: o fiel da balança?
O ex-senador Reguffe (sem partido) é frequentemente lembrado nas discussões políticas do DF. Com um espólio eleitoral significativo, sua postura de afastamento da política é vista com certo ceticismo, mas ele pode ser um fator decisivo na eleição de 2026. Caso decida voltar ao jogo, poderá atrair eleitores descontentes e tornar-se um dos nomes mais influentes da disputa. Sua imagem de independência pode colocá-lo como um fiel da balança no cenário eleitoral.
Outros nomes em especulação
Além dos nomes já citados, outros políticos começam a ser ventilados para a corrida ao GDF. A senadora Damares Alves (Republicanos) é uma opção que agrada a setores conservadores, o ex-deputado Ronaldo Fonseca (PSD) também aparece no tabuleiro político, dependendo da construção de alianças para viabilizar uma candidatura que represente o segmento evangélico. É uma grande liderança e conhece como poucos os bastidores da política. Por último, Ricardo Capelli (PSB) tem usado as redes sociais para projetar seu nome, contudo quer mesmo é viabilizar sua candidatura de vice no campo progressista.
Com o passar dos meses, o cenário deve se tornar mais claro, e as alianças políticas definirão o rumo das eleições de 2026. Com peculiaridades que sempre marcam os pleitos na capital federal, a capacidade de mobilização e a construção de redes de apoio serão determinantes para o sucesso dos postulante ao Buriti.
Enquanto alguns políticos já começam a se movimentar com humildade e estratégia, outros parecem subestimar a complexidade do jogo político. Uma coisa é certa: o xadrez eleitoral de 2026 já está em movimento, e cada jogada será decisiva para definir os rumos do Distrito Federal.
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*Delmo Menezes: Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política. Editor-Chefe do portal de notícias Agenda Capital.