Presidente afastado Ednaldo Rodrigues e rebelião das federações impacta na chegada de Ancelotti? entenda o caso
Por Delmo Menezes
A semana que deveria ser de celebração pela confirmação de Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção brasileira acabou marcada por uma crise institucional na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O afastamento do presidente Ednaldo Rodrigues pela Justiça do Rio de Janeiro levantou dúvidas sobre o futuro do acordo com o treinador italiano, mas, segundo apurou a reportagem, o contrato está “blindado” e não há risco de ser revogado.
O que aconteceu na CBF?
Ednaldo Rodrigues foi afastado do cargo após uma decisão judicial que investiga uma possível fraude no acordo que o manteve na presidência da entidade. Uma perícia apontou que a assinatura do ex-vice-presidente Coronel Nunes, um dos signatários do documento, seria falsa. A decisão ainda cabe recurso, mas o cenário político dentro da CBF já começou a mudar.
Horas após o afastamento, 19 das 27 federações estaduais se manifestaram em um documento pedindo o fim da “judicialização e instabilidade” na entidade. Samir Xuad, presidente da Federação de Roraima, surge como favorito para assumir o comando da CBF em um eventual novo pleito.
E Ancelotti? O contrato está em risco?
Apesar do terremoto político, a vinda de Carlo Ancelotti para o comando da seleção brasileira segue firme. Fontes próximas ao treinador confirmaram que ele está tranquilo com a situação e que seu contrato tem cláusulas de garantia para evitar que mudanças na diretoria afetem seu trabalho.
O italiano, que atualmente comanda o Real Madrid e só assumirá o Brasil após o fim da temporada europeia (em 26 de maio), fez exigências contratuais para assegurar que a estrutura do futebol nacional não seja alterada, independentemente de quem esteja no comando da CBF.
Enquanto não há uma comissão técnica oficialmente montada, o diretor executivo Rodrigo Caetano e o gerente de futebol Juan têm sido os responsáveis por acompanhar jogos e preparar relatórios para Ancelotti. Nesta semana, eles se reuniram para discutir os nomes que devem compor a pré-lista de convocados para os amistosos contra Equador e Paraguai, que precisa ser enviada à FIFA até 18 de maio.
Vitória política que não evitou queda
A contratação de Ancelotti foi vista como uma grande conquista de Ednaldo Rodrigues, que desde 2023 insistia na ideia de trazer um técnico estrangeiro de renome para a seleção. O anúncio do italiano foi considerado um trunfo político, mas não foi suficiente para conter as pressões internas que levaram ao seu afastamento.
Agora, a CBF enfrenta mais um capítulo de instabilidade, enquanto a torcida espera que a transição para o novo técnico ocorra sem sobressaltos. Ancelotti deve comandar o Brasil até o fim da Copa do Mundo de 2026, mas sua estreia oficial só deve acontecer nas Eliminatórias, já que os amistosos de junho serão conduzidos por um interino.
Enquanto isso, o futebol brasileiro aguarda para ver se a crise na entidade vai se aprofundar ou se o novo comando conseguirá estabilizar o barco a tempo de garantir o projeto com um dos maiores treinadores da história.
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Da Redação do Agenda Capital