Fernando Haddad, ministro da Fazenda, atribuiu a disparada do dólar a “ruídos de comunicação”.

As declarações de Lula têm ocorrido em meio a repetidas críticas aos bancos, acusados de “ganhar dinheiro com juros altos” devido à decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 10,50%.

Por Delmo Menezes

Nesta segunda-feira (1º/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações contundentes durante uma solenidade em Salvador, Bahia, que resultaram em uma reação imediata no mercado financeiro. Em um discurso inflamado, Lula afirmou que não precisa “prestar contas a nenhum ricaço” e a “nenhum banqueiro” no Brasil, mas sim ao “povo pobre”.

Durante a solenidade, Lula criticou duramente gestões anteriores, que segundo ele, teriam paralisado obras iniciadas em seus primeiros mandatos. “Esses canalhas pararam as obras e não fizeram, num total desrespeito às necessidades do povo desse país. É por isso que eu tenho dito que eu não quero governar o País, eu quero cuidar desse País”, declarou.

O presidente destacou seu compromisso com a população mais necessitada: “Eu quero cuidar como a gente cuida de qualquer coisa que a gente ama, de qualquer coisa que a gente gosta, porque eu também aprendi que aquilo que os olhos não veem, o coração não sente”. Em seguida, mencionou suas viagens pelo Brasil e criticou os mais ricos e os bancos.

“Quando eu vejo a cara de vocês, quando eu vejo a alegria de vocês, quando eu vejo a raiva de vocês, às vezes, eu falo: graças a Deus, eu enxerguei o meu povo e é para ele que eu tenho que fazer as coisas neste País. Eu não tenho que prestar contas a nenhum ricaço neste País, eu não tenho que prestar contas a nenhum banqueiro neste País”, afirmou Lula. Ele acrescentou: “Eu tenho que prestar contas é ao povo pobre e trabalhador deste País, que precisa que a gente tenha cuidado e que a gente cuide deles”.

“Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue ter um presidente do BC que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”, disse. Lula tem criticado a atuação do Banco Central e de seu atual presidente, Roberto Campos Neto, com mandato até o fim deste ano.

As declarações de Lula têm ocorrido em meio a repetidas críticas aos bancos, acusados de “ganhar dinheiro com juros altos” devido à decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 10,50%. O presidente também levantou suspeitas de supostos ataques especulativos ao real, resultando na alta do dólar.

A moeda americana fechou esta segunda-feira com uma alta de 1,16%, cotada a R$ 5,6533, a maior desde 10 de janeiro de 2022. O real apresentou o pior desempenho entre seus pares latino-americanos. O euro também sofreu valorização, refletindo a instabilidade gerada pelas declarações do presidente.

A reação do mercado evidencia a sensibilidade dos investidores às políticas econômicas e declarações do governo, destacando a importância da confiança e estabilidade para a economia brasileira.

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Da Redação do Agenda Capital

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