O presidente do GT-INTERV do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) Dr. Marcus Costa, fez questão de tranquilizar os familiares sobre a seriedade com que esses processos são conduzidos
Por Redação
Em entrevista concedida nesta terça-feira (15/4) à Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, o presidente do GT-INTERV do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF), Dr. Marcus Costa, fez um apelo comovente à população: “É preciso falar sobre doação de órgãos. Cada cidadão pode ser um doador e fazer a diferença na vida de alguém”.
De acordo com o médico, todos os procedimentos realizados no ICTDF seguem rigorosamente os protocolos legais, que incluem avaliação médica especializada, exames específicos, diagnóstico de morte encefálica, autorização da família, avaliação dos órgãos e exames de compatibilidade com os receptores.

Dr. Marcus fez questão de tranquilizar os familiares sobre a seriedade com que esses processos são conduzidos: “A morte encefálica é atestada por duas equipes diferentes, em momentos distintos, seguindo protocolos definidos por lei. É um processo extremamente responsável. Por isso, é fundamental que as famílias conversem sobre o tema em vida, para que a vontade de doar seja respeitada”.
O gestor também defendeu que o Congresso Nacional precisa discutir com urgência mudanças na legislação sobre a doação de órgãos. “Aqui no ICTDF realizamos, em média, 180 transplantes por ano. Poderíamos salvar ainda mais vidas com um número maior de doadores. Essa é uma pauta urgente para o país”, destacou.

Quem pode ser doador?
Existem dois tipos principais de doadores:
- Doador vivo: pode ser qualquer pessoa que deseje fazer a doação voluntariamente, desde que não comprometa a própria saúde. Nesses casos, é possível doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Parentes até o quarto grau e cônjuges podem doar sem necessidade de autorização judicial. Já os não parentes só podem doar mediante autorização da Justiça.
- Doador falecido: é o paciente com diagnóstico de morte encefálica, geralmente decorrente de traumas cranianos ou acidentes vasculares cerebrais. Para que a doação seja realizada, é necessária a autorização da família.
A Central Estadual de Transplantes (CET) é a unidade responsável por organizar e coordenar a fila de espera por transplantes no Distrito Federal e em outros estados do país.
Números promissores
Somente nos primeiros 15 dias de abril, o ICTDF já realizou 16 transplantes, número que se aproxima do recorde de janeiro deste ano, quando foram realizados 17 procedimentos. Caso o ritmo atual se mantenha, abril pode se tornar o mês com maior número de transplantes desde novembro de 2024, quando o instituto realizou 32 cirurgias.
Desde a sua fundação, em 2009, o ICTDF já contabiliza mais de 2.750 transplantes, entre eles:
- 421 transplantes de coração
- 859 de fígado
- 446 de rim
- 782 de medula óssea
- 243 de córnea
- 2 de pulmão
Referência nacional
O Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal é reconhecido como referência nacional em procedimentos de alta complexidade, especialmente na área de transplantes. A instituição conta com uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, e investe constantemente em ensino, pesquisa e inovação para salvar vidas.
A mensagem deixada pelo Dr. Marcus é clara: “Fale com sua família. Diga que você quer ser um doador. Esse gesto simples pode transformar a dor da perda em esperança para quem aguarda por uma nova chance de viver.”
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Da Redação do Agenda Capital