
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi o principal articulador da resposta do governo brasileiro. Fávaro defendeu a qualidade da carne brasileira e criticou a decisão do Carrefour
Por Delmo Menezes
O governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, intensificou a disputa comercial com a rede de supermercados Carrefour. A decisão da empresa francesa de suspender a compra de carnes de países do Mercosul, incluindo o Brasil, gerou uma forte reação do governo brasileiro, que acusa a rede de “protecionismo desproporcional” e de tentar inviabilizar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Ministro Carlos Fávaro lidera o contra-ataque
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi o principal articulador da resposta do governo brasileiro. Fávaro defendeu a qualidade da carne brasileira e criticou a decisão do Carrefour, classificando-a como “uma reação desproporcional”. O ministro também expressou seu apoio ao boicote dos frigoríficos brasileiros aos produtos da rede, incluindo os supermercados Atacadão e Sam’s Club, que pertencem ao grupo Carrefour.
“Se para o povo francês o Carrefour não serve comprar carne brasileira, que o Carrefour também não compre carne brasileira para colocar nas suas gôndolas aqui no Brasil”, afirmou o ministro.
Acordo Mercosul-UE em risco?
A disputa entre o Brasil e o Carrefour ocorre em um momento importante para as negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O ministro Fávaro acredita que o acordo está próximo de ser fechado, mas reconhece que a postura do Carrefour pode dificultar as negociações.
O CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, justificou a decisão da empresa alegando que o mercado francês seria “inundado com carne que não atende às suas exigências e normas”. O Ministério da Agricultura brasileiro rebateu a afirmação, destacando a alta qualidade sanitária dos produtos brasileiros.
Impacto da disputa
A disputa entre o Brasil e o Carrefour tem o potencial de gerar impactos significativos para ambos os lados. Para o Brasil, a perda do mercado francês para a carne bovina pode afetar as exportações e gerar prejuízos para o setor. Para o Carrefour, o boicote dos frigoríficos brasileiros pode levar à escassez de produtos em suas lojas no Brasil e prejudicar sua imagem no país.
A disputa também pode ter um impacto negativo nas relações comerciais entre o Brasil e a França, além de colocar em risco o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
O governo brasileiro promete adotar medidas para defender os interesses dos produtores brasileiros e garantir a conclusão do acordo comercial com a União Europeia. O Carrefour, por sua vez, pode rever sua posição ou buscar uma solução negociada com o governo brasileiro.
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Da Redação do Agenda Capital