Por Redação
A Federação Nacional dos Médicos (FENAM), representada pelo presidente, Dr. Jorge Darze, participou de uma audiência com o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), em São Paulo (SP), no dia 09/03, para discutir sobre a abertura de novas escolas médicas, o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), a situação da Saúde Suplementar, dentre outros assuntos relevantes para a categoria médica.
Participaram da mesa de debates o presidente da AMB, Dr. Lincoln Ferreira, o secretário-geral do Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr. Henrique Batista e Silva e o ex-presidente da AMB e atual presidente da Confederação Médica Ibero-Latina-Americana e do Caribe (Confemel), Dr. Florentino Cardoso. Na ocasião, estavam presentes ainda representantes de entidades médicas de todo o país.
Para Dr. Darze, a reunião foi importante, pois o Ministro fez um balanço de sua gestão. “Tivemos a chance de fazer o contraponto de nossas críticas e necessidades sobre o funcionamento do SUS. Questionamos pontos importantíssimos, como o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida), que é fundamental a aprovação do Projeto de Lei que regulamenta o Programa. Cobramos ainda a aprovação do decreto na Presidência da República sobre as escolas médicas, e também sobre o papel da Agência Nacional de Saúde Suplementar, onde temos presenciado várias situações que têm prejudicado o convênio com as operadoras de Planos de Saúde”, relatou.
Os dirigentes cobraram do ministro Ricardo Barros as consequências negativas da abertura desenfreada de novas escolas, que anualmente formam profissionais desqualificados, colocando em risco a saúde da população e sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde brasileiro.

O presidente da AMB, Dr. Lincoln Ferreira, indagou Ricardo Barros sobre o decreto que suspende a abertura de novas escolas médicas, que estaria pronto desde novembro de 2017. “O país claramente extrapolou sua capacidade de formar médicos com um mínimo de qualidade. O decreto vai nos permitir colocar um freio de arrumação, estancar a partir de um certo ponto os problemas repetitivos que temos hoje, que irão impactar em qualquer gestão, sob a forma de exames mal solicitados, tratamentos mal indicados, dentre tantos outros”, declarou.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, se comprometeu a verificar e encaminhar para que a referida portaria, a qual o presidente Temer anunciou que suspenderia por 5 anos a criação de novos cursos, seja consolidada.
Para Dr. Lincoln, com a mudança, o país vai ganhar tempo para que se defina o que fazer do ensino médico no Brasil, criando-se a oportunidade para a implantação de critérios eficientes e eficazes a fim de que se mantenham instituições com competência educacional.
Excesso de cursos de medicina
No Brasil, existem atualmente mais de 300 escolas de medicina. Entre 2000 e 2015, foram criadas 142 escolas médicas. Mais de cem escolas foram liberadas para atuar a partir de 2013. São, ao todo, 78 escolas federais, 35 estaduais, 16 municipais, duas públicas e 172 particulares. Um número surreal, se comparado com países como a China, onde existem 150 faculdades para 1,3 bilhão de pessoas, ou quando olhamos para os Estados Unidos, que tem 131 cursos para 300 milhões de habitantes e as escolas mais respeitadas do mundo.
Da Redação com informações da FENAM