Guarda Revolucionária do Irã confirmou que um dos guarda-costas de Haniyeh também morreu na ação e que está investigando o caso
Por Redação
O grupo terrorista Hamas anunciou que o seu líder, Ismail Haniyeh, foi morto durante um ataque no Irã na terça-feira, dia 30. Segundo o Hamas, Haniyeh foi assassinado em Teerã durante um “ataque aéreo traiçoeiro”, que o grupo terrorista atribui a Israel. O governo israelense não se pronunciou. A Guarda Revolucionária do Irã confirmou que um dos guarda-costas de Haniyeh também morreu na ação e que está investigando o caso.
Um dos integrantes do Hamas disse em comunicado que o assassinato de Haniyeh “é um ato de covardia e não ficará impune”. Haniyeh, 62 anos, viajou para Teerã para participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masud Pezeshkian, na terça-feira. Haniyeh deixou a Faixa de Gaza em 2019 e viveu exilado entre a Turquia e o Catar.
Ele realizou missões diplomáticas ao Irã e à Turquia durante a guerra com Israel para se reunir com os presidentes desses países. O principal líder do Hamas em Gaza é Yahya Sinwar, que planejou o ataque terrorista de 7 de outubro.
Irã promete punir Israel
Após a morte do líder do gabinete político do Hamas, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei prometeu “vingar” o falecimento de Haniyeh. Em uma série de publicações na plataforma X, Khamenei ressaltou que o assassinato ocorreu dentro das fronteiras do Irã, e por isso Teerã tem o “dever” de vingar a morte do líder palestino.
O aitaolá também acusou Israel de estar por trás da morte do líder palestino. “O criminoso e terrorista regime sionista matou o nosso querido convidado e causou o nosso luto, mas também preparou o terreno para uma punição severa”.
Tel-Aviv ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
Antes da morte de Haniyeh, o líder do gabinete político do Hamas chegou a se encontrar com o aiatolá Khamenei em Teerã, em uma imagem que também foi compartilhada pelo líder supremo iraniano na rede social X.
Retaliação de Israel
Israel havia prometido retaliar os líderes do Hamas após o ataque do grupo em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.200 pessoas e cerca de 250 reféns. Conhecido por sua política de não comentar ações atribuídas à sua agência de inteligência, o Mossad, Israel não se manifestou sobre o caso.
Nos últimos anos, Israel tem sido acusado de realizar de assassinatos visando cientistas nucleares iranianos e figuras ligadas ao programa nuclear do país. Desde o início da gerra contra o Hamas, em retaliação ao ataque terrorista de 7 de outubro, Israel é acusado de matar mais de 39.360 palestinos e ferir mais de 90.900, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, que não distingue entre civis e combatentes.
A Casa Branca não se manifestou de imediato. O assassinato ocorre em um momento delicado, com o governo Biden tentando pressionar Hamas e Israel a aceitarem ao menos um cessar-fogo temporário e um acordo para a libertação de reféns.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, definiu como “inaceitável assassinato político” do líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, em um ataque em Teerão atribuído a Israel. “Este é um assassinato político totalmente inaceitável que causará uma nova escalada de tensões”, disse à agência de notícias estatal RIA Novosti.
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Com AP e AFP (via Estadão)