Treino da Seleção Brasileira no Beira-rio. Casemiro Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

Por Redação

Em entrevista coletiva concedida hoje (3), em Porto Alegre, o técnico Tite se recusou a confirmar que a seleção brasileira jogará a Copa América marcada para começar em dez dias dentro do próprio país. Isso aconteceu porque há um movimento de insatisfação dentro do elenco que põe em dúvida a participação da equipe.

Tite afirmou que haverá um posicionamento formal de membros da seleção logo que acabar a rodada dupla de Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar, com jogos amanhã (4) e na próxima terça-feira (8). Segundo apurou o UOL Esporte, esse desagrado por parte dos jogadores tem várias raízes e já há consequências reais, que é o silêncio do elenco. Havia cinco entrevistas coletivas de jogadores programadas para os três últimos dias e nenhuma foi realizada após a confirmação de que o Brasil será sede da Copa América.

Treino da Seleção Brasileira no Beira-rio. Gabriel Barbosa
Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

Os jogadores se reuniram num primeiro momento com Tite e o coordenador da seleção, Juninho Paulista. Depois, solicitaram uma agenda com o presidente da CBF, Rogério Caboclo, que viajou do Rio de Janeiro a Teresópolis só para isso. O encontro foi realizado ontem (2), na Granja Comary, e uma das principais pautas foi a falta de diálogo da entidade com o grupo, já que a decisão de sediar a Copa América tornou a seleção e a própria CBF alvos de fortes críticas nos últimos dias. Houve questionamentos se não era possível mudar outra vez a sede.

Também existe o contexto da saúde, especialmente após a chegada a Porto Alegre. Há relatos de que a circulação de pessoas no hotel onde a delegação está hospedada saltou aos olhos. Entra nesta conta, por fim, a comunicação de líderes da seleção com jogadores estrangeiros que também disputariam a Copa América, mas externaram insatisfação por causa do cenário delicado da pandemia no Brasil. Aguero, hoje no Barcelona, foi um dos jogadores que se posicionou, assim como o técnico da seleção argentina, Lionel Scaloni, que definiu a situação como “alarmante”. Há nos bastidores a sensação de algumas pessoas próximas a atletas que o movimento de insatisfação em relação à Copa América não é exclusividade da seleção brasileira e uma grande ação organizada pode ser desencadeada desse desagrado. Nos bastidores da CBF a indicação é que trata-se de um problema grande e difícil de contornar. Em entrevista coletiva, Tite não esclareceu a posição interna, tampouco diminuiu a importância do gesto que virá.

“Nós temos a nossa posição firme e clara já determinada, mas no momento oportuno ela será externada” e “a opinião está muito clara, muito limpa, muito clean, e foi externada em conversa pessoal com presidente e comissão técnica (…) no término dessa data Fifa as situações vão ficar claras. Tu tem o meu compromisso” foram algumas de suas frases.

Depois de um pedido da Conmebol, a CBF recorreu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o Brasil foi anunciado nesta semana como o novo anfitrião da Copa América, em razão de problemas sanitários e políticos envolvendo as sedes originais do torneio, Argentina e Colômbia.

Com UOL

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