Vice-Governadora Celina Leão (PP). Reprodução.

A absolvição fortalece a posição de Celina Leão como uma das principais figuras políticas do Distrito Federal, projetando-a como uma forte candidata ao pleito de 2026

Por Delmo Menezes

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e os ex-deputados distritais Cristiano Araújo, Julio Cesar Ribeiro (hoje deputado federal) e Bispo Renato Andrade foram absolvidos das acusações de corrupção passiva no âmbito da Operação Drácon. A decisão, proferida pelo juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, nesta terça-feira (11/3), considerou que não houve comprovação de que os réus solicitaram ou receberam propina para a destinação de emendas parlamentares.

A Operação Drácon, deflagrada em 2016, investigava supostas negociações de propina envolvendo deputados distritais para a liberação de recursos orçamentários a empresas privadas. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) acusou os parlamentares de negociar vantagens indevidas para a indicação desses recursos, mas o juiz destacou que a conduta típica não foi comprovada.

Em sua sentença, o magistrado ressaltou que a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) tinha o costume de redirecionar sobras orçamentárias para a suplementação de pessoal, mas que, em 2015, houve uma destinação diferente dos recursos. No entanto, isso, por si só, não configurou crime. “Não restou comprovado que os réus realizaram a ação típica que lhes é atribuída, impondo-se, portanto, a absolvição, em homenagem ao princípio ‘in dubio pro reo’”, afirmou Tovani.

A Operação Drácon teve início após a então deputada distrital Liliane Roriz gravar, de forma oculta, colegas parlamentares discutindo a destinação de emendas. A sentença de absolvição é de primeira instância, e ainda cabe recurso por parte do MPDFT.

Repercussão política

Celina Leão, que atualmente ocupa o cargo de vice-governadora do DF e é pré-candidata a governadora nas eleições de 2026, comemorou a decisão. Em nota, ela afirmou que a sentença “reafirma sua conduta pautada na lisura, na ética e no compromisso com a coisa pública”. A vice-governadora destacou que, desde o início, sempre esteve à disposição da Justiça e convicta de sua inocência. “A sentença, proferida em primeiro grau, independentemente da instância em que tenha sido decidida, reconhece de forma inequívoca a correção de seus atos”, disse.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) também se manifestou sobre o caso, afirmando que sempre confiou no Poder Judiciário. Ele lembrou que, em menos de uma semana, tanto ele quanto Celina foram inocentados de acusações que pesavam sobre eles. Ibaneis foi alvo de um inquérito relacionado aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que foi recentemente arquivado. “Agora é enfrentar 2026”, declarou, em referência às eleições do próximo ano.

O ex-distrital e atual administrador regional de Taguatinga, Bispo Renato, também se pronunciou através das redes sociais: “Essa decisão demonstra ainda mais  que sua atuação sempre é baseada no compromisso com Deus, com a família, com a ética e a moralidade”, disse.

Trajetória dos absolvidos

Além de Celina Leão, os outros três absolvidos seguem atuando na política ou em cargos públicos. Julio Cesar Ribeiro é atualmente deputado federal; Cristiano Araújo ocupa o cargo de secretário de Turismo do DF; e Bispo Renato Andrade é administrador regional de Taguatinga. A absolvição reforça a continuidade de suas carreiras políticas e administrativas, após anos de investigações e questionamentos públicos.

A decisão judicial encerra um capítulo polêmico na trajetória dos envolvidos. Enquanto isso, a absolvição fortalece a posição de Celina Leão como uma das principais figuras políticas do Distrito Federal, projetando-a como uma forte candidata ao governo em 2026.

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Da Redação do Agenda Capital

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