
Padilha, que já comandou o Ministério da Saúde durante o governo de Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014
Por Delmo Menezes
BRASÍLIA – O Ministério da Saúde, que comanda um orçamento de R$ 239,7 bilhões para 2025 e é uma das principais apostas do governo Lula para recuperar a popularidade do presidente, pode estar prestes a passar por uma mudança em seu comando. A saída da ministra Nísia Trindade é dada como certa no Palácio do Planalto, e alas do PT já disputam a sucessão. O nome mais cotado para assumir a pasta é o do atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, aliado de longa data do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e figura conhecida no cenário político nacional.
Padilha, que já comandou o Ministério da Saúde durante o governo de Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014, é visto como um nome de confiança para assumir o cargo novamente. Sua experiência na pasta e sua atuação atual na articulação política entre o Planalto e o Congresso são pontos que pesam a seu favor. Além disso, Padilha é considerado um padrinho político de Nísia Trindade, que, embora próxima do PT, não é filiada ao partido.
No entanto, a disputa pela cadeira do Ministério da Saúde não se resume a Padilha. Outro nome que surge com força é o de Arthur Chioro, atual presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e também ex-ministro da Saúde no governo Dilma. Chioro é defendido pelo grupo do chefe da Casa Civil, Rui Costa, e conta com o apoio do senador Humberto Costa (PT-PE), outro ex-titular da pasta, e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que em breve deixará a direção do partido para assumir a Secretaria-Geral da Presidência.
A escolha do próximo ministro da Saúde reflete as tensões internas no PT, especialmente entre as correntes que compõem o partido. Gleisi Hoffmann, que integra a tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), mesma corrente de Lula, tem sido uma das vozes mais influentes na definição dos rumos do governo. No entanto, a sucessão de Gleisi na presidência do PT também divide opiniões. O favorito de Lula para assumir o cargo é o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, que defende uma postura mais moderada dentro do partido, em um momento de polarização política no país.
A expectativa é que Lula anuncie a entrada de Gleisi Hoffmann em sua equipe no próximo sábado, 22 de outubro, durante as comemorações dos 45 anos do PT, no Rio de Janeiro. Apesar de o cargo que ela assumirá ainda não ter sido confirmado, sua saída da presidência do partido deve acelerar as definições sobre o futuro do Ministério da Saúde.
Enquanto isso, a disputa pelo Ministério continua acirrada. De um lado, Alexandre Padilha, com sua experiência e articulação política, é visto como o nome mais preparado para assumir o desafio de gerir um dos maiores orçamentos do governo federal. De outro, Arthur Chioro, apoiado por importantes figuras do PT, busca consolidar sua candidatura. A decisão final caberá a Lula, que precisará equilibrar as demandas internas do partido com a necessidade de fortalecer sua popularidade em um momento delicado de seu governo.
O que está em jogo não é apenas o controle de um dos ministérios mais estratégicos do governo, mas também a definição dos rumos do terceiro mandato de Lula, que busca reverter a queda de popularidade e garantir a governabilidade em meio a um cenário político desafiador.
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Da Redação do Agenda Capital