Greve dos caminhoneiros. Foto: Reprodução

Por Redação

O Ministério da Infraestrutura divulgou novo boletim sobre a situação de bloqueios nas estradas e informou que, às 0h30 de hoje, foram registrados pontos de concentração em rodovias federais em 15 estados. 

Os bloqueios começaram anteontem, durante os atos de caráter golpista do 7 de Setembro convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e seguiram ao longo desta quarta-feira.

Os estados citados pelo ministério, a partir de informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), são: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará. 

Segundo a pasta, pontos de retenção na região norte de Santa Catarina, onde a mobilização ameaçou condições de abastecimento, já estão liberados.

“Todos os pontos de bloqueio registrados no Rio Grande do Sul e em São Paulo foram liberados. Há duas ocorrências de interdição em Minas Gerais e a PRF já está no local”, informou o ministério. 

No boletim divulgado às 20h30, o ministério informou que, ao todo, foram “debeladas” 117 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias nas últimas horas.

Segundo a Infraestrutura, os atos não são organizados por qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e a composição das mobilizações é heterogênea, “não se limitando a demandas ligadas à categoria.”

Bolsonaro pede vias livres 

O presidente Jair Bolsonaro pediu para que caminhoneiros autônomos desistissem da paralisação e liberassem as rodovias, em áudio divulgado em grupos de mensagens, nas redes sociais. O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, confirmou a autenticidade do áudio. Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dê um toque aí para os caras, se for possível… para liberar, para a gente seguir a normalidade.”

Filas por combustível 

Em alguns estados, como Santa Catarina, Tocantins e Pernambuco, ocorreram filas em postos de gasolina, já que os consumidores ficaram com medo de desabastecimento. Em Santa Catarina, segundo a PRF, até as 21h40 os caminhoneiros bloqueavam 21 trechos em perímetros da BR-101, BR-116, BR-280, BR-282 e BR-470.

A interdição causou correria aos postos de combustíveis de Florianópolis por causa de temor de desabastecimento de gasolina, informou a GM (Guarda Municipal). Pelo menos, sete estabelecimentos fecharam mais cedo após zerarem o estoque com a demanda. 

A corrida aos postos já começou a ser percebida também na Região Metropolitana do Recife. Em um posto de Olinda (PE), grandes filas começaram a se formar no início da noite de hoje.

No Pará, três rodovias já foram interditadas, segundo a PRF. Na altura do KM 165, da BR-010, em Paragominas; no km 353, da BR-010, em Santa Maria, além do KM 24 da BR-316. De acordo com os agentes, o movimento não deixa que passe do bloqueio qualquer veículo transportando cargas.

Associação enxerga movimento político 

Em nota, a NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) criticou a paralisação e disse que “trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”.

“Preocupa a NTC o bloqueio nas rodovias o que poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis etc”, diz trecho do comunicado.

“Esperamos que as autoridades do Governo Federal e dos Governos Estaduais adotem as providências indispensáveis para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o pleno exercício do seu direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional, como pressuposto indeclinável para o cumprimento da atividade essencial de transporte”, prossegue.

Atualmente, a NTC congrega, além das empresas diretamente associadas (cerca de 2.354), mais de 50 entidades patronais (federações, sindicatos e associações especializadas), representando cerca de 15.000 empresas que operam uma frota superior a 1,2 milhões de caminhões e criam mais de 2 milhões de postos de trabalho.

Com UOL 

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