Atentado com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução.

Ex-presidente norte-americano foi alvejado de raspão enquanto realizava comício na Pensilvânia; atirador foi morto pelo Serviço Secreto

Por Redação

O ex-presidente norte-americano Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca nas eleições de novembro deste ano, sofreu um atentado a tiros durante um comício em Butler, na Pensilvânia. Ele foi atingido de raspão na orelha e retirado do palco sangrando. O atirador, identificado pelo FBI como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi morto pelo Serviço Secreto. Um espectador também morreu e dois ficaram feridos. Líderes mundiais condenaram o atentado, assim como o adversário dele, o presidente democrata Joe Biden. No Brasil, tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se solidarizaram com Trump.

O atentado a tiros contra o ex-presidente norte-americano Donald Trump foi cometido por um jovem de 20 anos que morava em Bethel Park, no estado da Pensilvânia, informou o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos. Thomas Matthew Crooks foi morto por agentes do serviço secreto logo após abrir fogo contra um comício de Trump no sábado (13/7), também na Pensilvânia.

Thomas Matthew Crooks foi morto por agentes do serviço secreto logo após abrir fogo contra um comício de Trump no sábado (13/7), também na Pensilvânia.

O ex-mandatário dos EUA foi atingido de raspão na orelha direita. Ele chegou a ser levado a um hospital para ter atendimento médico, mas passou a noite em seu clube de golfe particular. “Fui atingido por uma bala que passou pela parte de cima da minha orelha direita. Eu sabia imediatamente que algo estava errado quando ouvi um zumbido, tiros, e imediatamente senti a bala raspando pela pele. Muito sangue se espalhou, então percebi o que estava acontecendo”, escreveu Trump em rede social após o atentado.

Trump cai após ser atingido de raspão por disparo em comício na Pensilvânia Foto: Anna Moneymaker

Veja o que já se sabe sobre o atentado a Donald Trump:

  • O atentado ocorreu em Butler, no Oeste da Pensilvânia, onde Trump realizava um comício de campanha. No momento dos tiros, ele discursava sobre travessias de imigrantes na fronteira. Na hora dos disparos, ele colocou a mão na orelha e se jogou no chão, enquanto apoiadores gritavam e se abaixavam. Seguranças então cercaram o ex-presidente e o escoltaram para fora do local com a orelha sangrando. Veja a cronologia do caso.
  • O atirador fez os disparos às 18h13, no horário local, 19h13 no horário brasileiro. O porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielm, disse que o autor do atentado realizou “múltiplos disparos em direção ao palco, de uma posição elevada do lado de fora do local onde ocorria o comício” e utilizou um fuzil AR-15.
  • O atirador foi morto pelo Serviço Secreto. Antes, matou um espectador que estava no comício. Além disso, outros dois espectadores ficaram gravemente feridos.
  • O atirador foi identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos. Ele era registrado como eleitor republicano na Pensilvânia, mas em janeiro de 2021 doou US$ 15 ao comitê democrata Projeto de Comparecimento Progressista. A motivação para o atentado ainda não está clara.
  • Donald Trump disse ter sido atingido por uma bala que teria perfurado a parte superior da orelha direita. “Percebi imediatamente que algo estava errado, pois ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Houve muito sangramento, então percebi o que estava acontecendo”, afirmou. O porta-voz do presidente, Steven Cheung, limitou-se a afirmar que o candidato republicano havia sido levado para um centro médico, mas que está bem.
  • O FBI abriu uma investigação sobre o caso e confirmou que trabalhará em conjunto com o Serviço Secreto dos Estados Unidos ao longo das apurações.
  • Segundo a Casa Branca, o presidente Joe Biden, além de se manifestar por nota e pronunciamento, falou diretamente com Donald Trump para prestar solidariedade.

O que ainda falta ser esclarecido sobre o atentado a Trump:

  • Não se sabe como o atirador acessou o local armado sem ser percebido pela segurança de Donald Trump ou a distância exata que ele estava do palco quando fez os disparos. Também não se sabem as circunstâncias em que ele foi morto ou como a vítima na plateia foi atingida.
  • Não há informações sobre interrupção de atividades por parte do ex-presidente nos próximos dias em função da saúde. Sua campanha diz, apenas, que ele estará na convenção republicana prevista para a próxima semana. Na madrugada deste domingo, um vídeo do ex-presidente desembarcando em Nova Jersey foi divulgado nas redes sociais. Nas imagens, Trump aparece descendo as escadas do avião particular, sem apresentar dificuldades de mobilidade, ao lado de agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos.

Repercussão após o atentado

Horas depois, o próprio Trump usou sua própria rede, a Truth Social, para relatar o atentado: “Eu quero agradecer ao Serviço Secreto dos Estados Unidos e a todos os agentes de segurança por sua rápida resposta aos tiros que aconteceram em Butler, Pensilvânia. Mais importante, quero expressar minhas condolências à família da pessoa que foi morta no comício e à da que está ferida em estado grave. É incrível que algo assim possa acontecer em nosso país. Nada se sabe até o momento sobre o atirador, que está morto. Fui atingido por uma bala que perfurou a parte superior de minha orelha direita. Percebi imediatamente que havia algo errado quando ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando minha pele. Sangrei muito, e então entendi o que estava acontecendo. Deus abençoe a América!”.

O FBI identificou o autor dos disparos como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, morador de Bethel Park, na Pensilvânia. Ainda não se sabe se ele agiu sozinho nem quais os motivos para a tentativa de assassinato. A inclinação política do atirador também não está clara. Crooks era eleitor registrado do Partido Republicano no estado, mas fez uma pequena doação em dinheiro a um comitê de políticas progressistas no dia da posse de Joe Biden, em 2021. Segundo Kevin Rojek, chefe da agência do FBI em Pittsburgh, ele estava no telhado de um prédio próximo ao local do comício, e sua presença não foi notada antes que começasse a atirar. “Foi uma surpresa”, disse Rojek, destacando a quantidade de disparos que o jovem conseguiu fazer antes de ser morto.

O presidente Joe Biden, adversário de Trump na corrida eleitoral, disse que falou diretamente com o republicano, horas depois do atentado. Em entrevista, ele disse que tentou o contato mais cedo, mas o ex-presidente estava sendo atendido pelos médicos. “Não há lugar na América para esse tipo de violência. É doentio, doentio”, afirmou aos repórteres. A Casa Branca soltou uma nota oficial na qual Biden disse que ele e a primeira-dama, Jill, estavam “rezando por Trump e sua família e por todos os que estavam no comício” e que o país precisa se unir para condenar a violência política. (ABC News)

Políticos de ambos os partidos vieram a público condenar o atentado, a começar pelo ex-presidente Barack Obama, que publicou no X que “não há lugar para a violência política” na democracia dos EUA. O governador da Pensilvânia, o democrata Josh Shapiro, escreveu nas redes que a “violência tendo como alvo um político ou um partido é absolutamente inaceitável”. O ex-presidente George W. Bush, republicano, classificou o atentado como “um ataque covarde” e se disse “grato” por Trump estar seguro.

Líderes mundiais também reagiram nas redes sociais ao atentado. “Estou enojado pelos tiros contra o ex-presidente Trump”, escreveu o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia disse que “tal violência não tem justificativa nem espaço em qualquer lugar do mundo”. O premiê israelense Benjamin Netanyahu afirmou estar “rezando pela rápida e completa recuperação” do americano. O presidente Lula escreveu no X que o atentado “deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política”. (Washington Post)

Enquanto isso, Elon Musk aproveitou o incidente para declarar oficialmente seu apoio à candidatura de Trump. (X)

Na sexta-feira, a Meta havia retirado as restrições às contas de Trump no Facebook e no Instagram. Os perfis dele haviam sido banidos em 2021 por disseminação de informações falsas e discurso de ódio, mas restabelecidos no início do ano passado com uma série de salvaguardas para “evitar repetidas violações” das regras das plataformas. A Meta justificou a retirada das restrições pela necessidade de dar a Trump as mesmas condições do presidente Joe Biden, seu adversário.

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Com Informações do Estadão e Agências Internacionais/CNN/BBC

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