Putin, Trump e XI jinping.

“Se Trump tomar a decisão estratégica de dividir o mundo com a China de Xi Jinping e a Rússia de (Vladimir) Putin e disser “os EUA ficam com a área da Groenlândia até o Chile, a China fica com o Leste Asiático, e a Rússia com a Eurásia”, isso seria revolucionário, e mudaria o mundo”, diz o historiador Michael Ignatieff, ex-candidato a primeiro-ministro do Canadá, ex-reitor da Universidade Central Europeia e vencedor do prêmio Princesa das Astúrias em ciências sociais em 2024.

Por Redação

A ordem mundial unipolar, que prevalece desde o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria, está em crise. Os Estados Unidos, que durante décadas mantiveram sua posição de superpotência indiscutível, agora enfrentam desafios não apenas de potências rivais, como China e Rússia, mas também de dentro de suas próprias fronteiras.

Com o retorno de Donald Trump à presidência, observa-se um novo dinamismo na geopolítica global. Suas recentes declarações sobre a Groenlândia, o Canal do Panamá e até mesmo o Canadá sugerem um comportamento expansionista que remete ao imperialismo norte-americano do século XIX, mas com um diferencial: a provocação como estratégia política.

Trump já deixou claro que não deseja mais arcar com os custos da defesa de aliados históricos. Europa e Ásia, que por décadas contaram com a proteção militar americana, agora precisam repensar sua segurança. “O mundo que conhecíamos, em que os EUA forneciam bens públicos como segurança e liberdade, acabou”, declarou o político republicano, reforçando a transição para uma nova realidade multipolar.

Mas até que ponto os EUA estão realmente dispostos a dividir o poder com China e Rússia? Enquanto Trump parece aberto a uma reaproximação com Moscou — possivelmente às custas da Ucrânia — a relação com Pequim segue indefinida. O enorme déficit comercial entre os dois países e a crescente rivalidade no Pacífico tornam incerto qualquer acordo para o compartilhamento de zonas de influência.

Se um pacto informal fosse estabelecido, poderia resultar em um mundo dividido de forma radical: EUA dominando as Américas, China expandindo seu controle sobre o Leste Asiático e Rússia consolidando sua presença na Eurásia. No entanto, tal configuração poderia gerar novas tensões, uma vez que limites territoriais e interesses econômicos não são facilmente definidos. Pequim, por exemplo, poderia considerar Taiwan apenas o primeiro passo para avançar sobre territórios como Austrália e Indonésia.

A falta de afinidade de Trump com democracias também levanta questões sobre os riscos dessa possível Nova Ordem Mundial. O presidente dos EUA não diferencia regimes autoritários de democráticos ao estabelecer parcerias, colocando em xeque o próprio conceito ocidental de alianças estratégicas baseadas em valores comuns.

O mundo caminha para uma era multipolar, como sugeriu o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Contudo, não está claro se essa transição ocorrerá de forma negociada ou através de disputas geopolíticas intensas. A próxima década será importante para definir se essa Nova Ordem Mundial trará estabilidade ou se inaugurará um período de incerteza e conflitos globais.

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Da Redação do Agenda Capital

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