Por Redação
A líder opositora da Venezuela María Corina Machado não pretende recuar da exigência de reconhecimento da vitória de Edmundo González Urrutia e, em entrevista a Janaína Figueiredo, ofereceu ao Brasil acesso às atas eleitorais que diz ter em seu poder.
“São documentos oficiais, originais, impressos pelas máquinas do Conselho Nacional Eleitoral, e com assinaturas das testemunhas, membros de mesa e trabalhadores do CNE. Temos 83,5% das atas, e temos essas atas porque funcionários do CNE acompanharam nossa luta. Podemos entregar as atas eleitorais ao governo do Brasil, e a qualquer outro governo do mundo que quiser constatar a validade do que temos”, afirmou.
O governo brasileiro, no entanto, só deve decidir quem vai reconhecer como vencedor do pleito do último dia 28 quando forem tornadas públicas as atas que estão nas mãos do CNE. Segundo fontes do governo, os documentos podem até ser recebidos, mas não serão avalizados pela diplomacia brasileira. María Corina reconheceu o esforço de Brasil, Colômbia e México para criar um espaço de mediação.
O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da presidência, afirmou ao Estúdio i que teme “um conflito muito grave” na Venezuela. “Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito. E eu acho que a gente tem que trabalhar para que haja um entendimento. Isso exige conciliação. E conciliação exige flexibilidade de todos os lados”, disse. Para Amorim, é lamentável que as atas eleitorais não tenham aparecido após o término do pleito. E isso foi abordado na conversa que teve com Maduro.
Plataforma colombiana especializada em avalizar credibilidade eleitoral, a Missão de Observação Eleitoral (MOE) revisou as atas das eleições da Venezuela apresentadas pela oposição e ratificou o resultado divulgado pelo partido de González Urrutia. Após a análise, a plataforma confirmou a vitória do opositor por 67,2% contra 30,4% de Nicolás Maduro. Segundo o CNE, o presidente teve 51,95% dos votos ante 43,18% de González Urrutia.
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Com G1