Visita dos deputados distritais Max Maciel e Dayse Amarílio ao HRSM | Foto: Divulgação

CFM critica visitas de parlamentares a hospitais e recebe resposta firme da CLDF. A declaração foi dada pela vice-presidente do Conselho, Rosylane Nascimento das Mercês Rocha.

Por Redação

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) emitiu uma nota de repúdio ao Conselho Federal de Medicina (CFM) após declarações polêmicas da 2ª vice-presidente do CFM, Rosylane Nascimento das Mercês Rocha, sobre as visitas de deputados distritais a hospitais públicos. O pronunciamento da CLDF acusa o conselho de “intimidação” e defende a atuação dos parlamentares na fiscalização das unidades de saúde.

A controvérsia teve início quando Rosylane Rocha divulgou um vídeo nas redes sociais, solicitando o “fim das incursões” de parlamentares nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal. Ela argumentou que essas visitas geram tensão entre pacientes e profissionais de saúde, atrapalhando o funcionamento dos serviços e a integração das equipes. Segundo a vice-presidente, para preservar a segurança do paciente e o exercício ético da medicina, seria melhor que os políticos evitassem essas visitas e buscassem outras formas de fiscalização, como interpelar gestores ou manifestar-se nos plenários.

Reação da CLDF

Em resposta, a CLDF expressou “estranheza e indignação” em sua nota oficial, defendendo a legitimidade e necessidade das visitas parlamentares. O comunicado enfatiza que os deputados têm o dever de fiscalizar a administração pública, incluindo os hospitais, para garantir a transparência e a eficiência dos serviços prestados à população. “Não admitimos qualquer tentativa de interferência ou intimidação no trabalho parlamentar”, afirmou a nota, destacando que os deputados continuarão a exercer suas prerrogativas em qualquer ambiente que envolva os interesses públicos.

A CLDF reafirmou seu compromisso com a população e com os profissionais de saúde, garantindo que suas atividades de fiscalização não sofrerão qualquer tipo de censura. “Esta Casa não declinará de suas obrigações legais”, concluiu a nota, ressaltando que a Câmara Legislativa permanecerá aberta a todos.

Defesa do CFM

Após a repercussão negativa, a assessoria de imprensa do CFM esclareceu que o vídeo de Rosylane Rocha não representava uma posição oficial do conselho, mas sim uma manifestação pessoal da vice-presidente. Em entrevista ao site Metrópoles, Rosylane negou a intenção de sugerir o fim das fiscalizações e enfatizou a importância das visitas dos parlamentares às unidades de saúde. “Eles podem e devem fazer as fiscalizações. Fazer os questionamentos junto aos gestores. Isso é muito importante. É importante ouvir as equipes. Acabar com as incursões? Jamais. Senão como é que eles vão ver? Eles precisam ir até o local”, rebateu.

O que está em jogo?

A polêmica destaca um dilema comum na administração pública: o equilíbrio entre a fiscalização parlamentar e o funcionamento adequado dos serviços públicos. Enquanto a CLDF defende que as visitas são essenciais para garantir a qualidade do atendimento no SUS, o CFM alerta para os possíveis impactos negativos dessas visitas no ambiente hospitalar. Ambos os lados concordam na importância da transparência e da fiscalização, mas divergem sobre os métodos mais apropriados para alcançá-la.

A discussão continua a reverberar, levantando questões sobre a melhor forma de garantir que a fiscalização política não interfira no cotidiano dos hospitais, mas também não seja obstruída ou desincentivada.

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Da Redação do Agenda Capital

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