Disputa entre partidos aliados do governo pode redefinir rumos dos setores de Varejo e Tecnologia da instituição financeira
Por redação
A recente demissão de Laércio Souza da vice-presidência de Tecnologia da Caixa Econômica Federal expôs uma movimentação estratégica entre os partidos Progressistas (PP) e Republicanos, aliados do governo federal. Segundo apuração do portal Vero Notícias, a saída de Laércio é parte de uma articulação para uma troca de cadeiras entre duas áreas-chave do banco: as vice-presidências de Varejo (Vivar) e de Tecnologia (Vitec).
Fontes internas da Caixa ouvidas pela reportagem revelam que o presidente da instituição, Carlos Vieira, recebeu uma proposta do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para realizar a troca. O plano prevê a transferência de Adriano Matias, atual vice-presidente da Vivar, para a Vitec. Matias é um nome alinhado com o PP e conta com o apoio de Lira para ocupar a área de tecnologia.
Com a movimentação, o Republicanos deverá assumir o controle da Vivar, como forma de compensação. Essa troca, no entanto, não é apenas simbólica: envolve o controle de orçamento, cargos e editais estratégicos em andamento nos dois setores da Caixa.
A mudança também frustrou a expectativa de Pedro Pedrosa, atual diretor de Soluções (Desol), que vinha sendo cogitado para assumir a Vitec. Segundo interlocutores próximos à presidência da Caixa, seu nome foi descartado por Lira e Vieira no novo arranjo político.
Enquanto a definição oficial não é apresentada ao Conselho de Administração da Caixa, a instituição orientou internamente a suspensão do processamento de editais da área de tecnologia, especialmente aqueles com valores superiores a R$ 30 milhões. A medida visa evitar decisões que possam ser revistas com a entrada da nova gestão.
Nos bastidores, há expectativa de que a troca seja oficializada durante a reforma ministerial que está sendo articulada para as próximas semanas pelo Palácio do Planalto. A Caixa, como um dos principais instrumentos do governo federal, segue sendo alvo de negociações entre partidos da base aliada.
A disputa por cargos estratégicos no banco estatal revela mais uma vez o peso do jogo político sobre a gestão das estatais — em especial, em áreas sensíveis como tecnologia e varejo bancário, que envolvem milhões de reais em investimentos e contratos.
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Da Redação do Agenda Capital