Investigação da UE aponta que gigante da tecnologia abusa de sua posição e deve vender parte do seu negócio publicitário; Google apresentará sua defesa antes da decisão final
Por Redação
Investigação da União Europeia (UE) divulgada nesta quarta-feira, 14, concluiu que o Google viola leis antitruste e inibe a concorrência. A conclusão preliminar da Comissão Europeia (o órgão executivo da UE) é que apenas a venda obrigatória de parte dos serviços de publicidade do Google satisfaria essas preocupações.
A UE tem liderado o movimento global para impor limites às grandes empresas de tecnologia, incluindo regulamentações inovadoras sobre inteligência artificial. No entanto, até agora, eles haviam recorrido à imposição de multas milionárias, incluindo três sanções antitruste ao Google, no valor de bilhões de euros.
Essa é a primeira vez que o bloco de 27 nações ordena que uma gigante tecnológica desmantele uma parte fundamental de seu negócio. O Google terá a oportunidade de se defender apresentando seus argumentos antes que o órgão executivo da UE, responsável pela aplicação das regras antitruste, emita sua decisão final.
“Nosso conjunto de ferramentas de tecnologia publicitária ajuda sites e aplicativos a financiarem seu conteúdo e permite que empresas de todos os tamanhos alcancem novos clientes”, afirmou Dan Taylor, vice-presidente global de publicidade do Google. “O Google continua comprometido em criar valor para nossos parceiros editores e anunciantes neste setor altamente competitivo.”
A decisão da comissão é resultado de uma investigação formal aberta em junho de 2021 para determinar se o Google violou as normas de concorrência da comunidade ao favorecer seus próprios serviços de tecnologia publicitária online em detrimento dos editores, anunciantes e serviços de tecnologia publicitária concorrentes.
A vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, afirma que o Google domina os dois aspectos do mercado de venda de publicidade. A comissão afirma que o Google abusou dessa posição ao favorecer seu próprio negócio de publicidade, o que fortaleceu sua capacidade de cobrar altas tarifas por seus serviços.
“O Google representa os interesses tanto dos compradores quanto dos vendedores. Além disso, ao mesmo tempo, o Google determina as regras para o encontro entre oferta e demanda”, disse Vestager em uma entrevista coletiva. “Isso resulta em conflitos de interesse intrínsecos e generalizados.”
O YouTube foi um dos alvos da investigação, que buscou determinar se o Google usou a posição dominante do site de publicação de vídeos para favorecer seus próprios serviços de compra de publicidade, impondo restrições aos concorrentes.
Com Estadão
