União Progressista terá maior fatia dos recursos públicos para campanhas e mira protagonismo nas eleições de 2026
Por Delmo Menezes
Brasília — Os partidos União Brasil e Progressistas (PP) anunciaram nesta terça-feira (29) a criação da maior federação partidária da história recente do país. Batizada de União Progressista, a aliança une as duas legendas sob um único programa político pelos próximos quatro anos, com validade já para as eleições de 2026. A federação deve ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos meses.
Com a junção, a União Progressista passa a contar com a maior bancada da Câmara dos Deputados, o maior número de prefeitos — cerca de 1.400 gestores municipais — e garantirá a maior fatia dos recursos públicos destinados ao financiamento de campanhas eleitorais e à manutenção partidária.
O evento de lançamento ocorreu no Salão Nobre da Câmara dos Deputados e contou com a presença de parlamentares, prefeitos e lideranças nacionais, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Também marcaram presença líderes da oposição, como o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Estrutura e ambições
A presidência da federação será compartilhada, sem hierarquia formal, entre Antonio de Rueda, presidente do União Brasil, e o senador Ciro Nogueira, presidente do PP. O manifesto de criação da União Progressista aponta como pilares a “responsabilidade fiscal e responsabilidade social”, além da defesa de um “choque de prosperidade” que destrave o Brasil por meio de reformas econômicas e regulatórias.
A federação pretende discutir sua participação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de avaliar o apoio a uma candidatura própria à Presidência da República em 2026. Nos bastidores, cresce a articulação em torno do nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que teve sua pré-candidatura ao Planalto reforçada durante o evento. Aplaudido por aliados, Caiado foi enfático:
Em 2026, vamos ganhar as eleições no país e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto”, afirmou o governador.
Impacto e projeções
A formação da União Progressista é acompanhada de perto por outras legendas, que avaliam os efeitos da “superfederação” no tabuleiro político. A aliança promete influenciar as eleições municipais de 2024 e, principalmente, a sucessão presidencial de 2026. Com a estrutura nacional robusta e capilaridade nas cidades, a federação já nasce com peso para disputar protagonismo.
Federações partidárias funcionam como uma espécie de coligação permanente, exigindo alinhamento nas votações do Congresso e nas eleições. As siglas integrantes devem atuar em conjunto por pelo menos quatro anos. O rompimento antes do prazo sujeita os partidos a sanções, como a perda dos fundos partidário e eleitoral e a proibição de formar nova federação nesse período.
Atualmente, o TSE reconhece três federações criadas em 2022: PT/PCdoB/PV, PSOL/Rede e PSDB/Cidadania — esta última já anunciou que deve se desfazer oficialmente apenas em 2026.
A União Progressista reforça o movimento de reagrupamento político no Brasil, em meio à cláusula de barreira e à redução do número de partidos com representação relevante. Com olhos em 2026, a nova federação promete não apenas disputar o poder, mas redesenhar o equilíbrio de forças no Congresso e nas urnas.
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Da Redação do Agenda Capital