
Cúpulas do União Brasil e PP concentram poder em nova federação, que terá presidência dupla e fundo eleitoral bilionário
Por Delmo Menezes
A Federação entre União Brasil e Partido Progressistas (PP), batizada de “União Progressista”, deve ser formalizada nos próximos meses no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e promete revolucionar o cenário político em 2026. A nova “Superfederação” reunirá 109 deputados federais, 14 senadores, seis governadores, 1.350 prefeitos e 12.450 vereadores, tornando-se a maior força partidária do país em números absolutos.
A liderança será compartilhada entre Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), que concentrarão as decisões estratégicas do grupo. O modelo de gestão dupla foi adotado para garantir “harmonia”, segundo Rueda, mas a escolha deixou de fora nomes como Arthur Lira (PP-AL), indicando que a união já começa com tensões internas.
O poder da nova federação em números:
- 6 governadores (maior grupo entre as legendas)
- 109 deputados federais (maior bancada da Câmara, à frente do PL, que tem 92)
- 14 senadores (empata com PSD e PL)
- 1.350 prefeitos (supera o PSD)
- 12.450 vereadores (maior do país)
- Fundo eleitoral de quase R$ 1 bilhão (soma dos recursos das duas siglas em 2025)
Impacto nas eleições de 2026
A federação deve influenciar diretamente a corrida presidencial. Enquanto o União Brasil projeta o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como pré-candidato, o PP aposta na senadora Tereza Cristina (MS). Além disso, a união entre os dois partidos pode turbinar campanhas estaduais, mas já enfrenta rachas em estados como Bahia, Paraíba e Acre, onde as duas siglas estão em lados opostos.
Desafios e polêmicas
Apesar do poderio, a federação ainda precisa do aval do TSE e, uma vez aprovada, obrigará os partidos a permanecerem unidos por quatro anos, com votações conjuntas no Congresso. Enquanto isso, disputas estaduais já acendem alertas:
- Bahia: União é oposição ao PT, enquanto o PP é aliado do governador Jerônimo Rodrigues.
- Paraíba: Vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e o senador Efraim Filho (União-PB) são rivais na sucessão estadual.
- Acre: O governador Gladson Camelli (PP) quer emplacar um sucessor, mas o senador Alan Rick (União-AC) também mira o cargo.
Em casos sem consenso, a decisão caberá à presidência nacional da federação. Enquanto o grupo se prepara para dominar o cenário eleitoral, os conflitos internos mostram que a “união” ainda terá que provar que é mais do que uma aliança de conveniência.
O TSE deve analisar o pedido de federação nos próximos meses. Se aprovada, a União Progressista começará a operar oficialmente em 2026, com potencial para redefinir o jogo político nacional.
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Da Redação do Agenda Capital