Por Dr. Cid Carvalhaes*
Manifestações, não raro, vociferantes habitam nosso quotidiano com polêmicas questionáveis. A bola da vez é a suposta vacina de prevenção da COVID 19.
Em curto espaço de tempo milhões de pessoas foram contaminadas e, desgraçadamente, mais de um milhão de mortes no mundo em menos de um ano de evolução da doença. No Brasil, aproximamo-nos dos 6 milhões de contaminados oficialmente reconhecidos e cerca de 160 mil mortes.
O volume avassalador de doentes, evoluções bizarras, quadros clínicos distintos, severidade dos sintomas com grandes oscilações, entre outros fatores biológicos, têm permitindo melhor conhecimento desse mal aterrorizante. No momento, relevantes cuidados de higiene, lavar as mãos, uso de álcool em gel, uso constante de máscaras, distanciamento e isolamento sociais constituem fatores imprescindíveis de prevenção da doença.
A toda hora surgem notícias sobre fabricação de vacinas. São esperadas, necessárias, imprescindíveis, porém, essa fabricação dever obedecer a rigor tecnico-cientifico próprio de pesquisas adequadas. Têm de ser segura, não provocar efeitos colaterais, ter capacidade imunizante, de fácil alcance para toda população, custos acessiveis, aprovação pelas Autoridades Sanitárias. Ainda não se tem uma vacina com essas características e políticos inconsequentes polemizam embates inconsequentes.
O assunto vacina se transformou em disputas eleitorais e de pretensos ganhos imediatos. Nenhum cientista ou autoridade sanitária, além dos Médicos fazem apologia dessa ou daquela vacina e não existem previsões definidas para sua aplicação em massa. Chega de proselitismo irresponsável. Que venha o quanto antes vacinas eficientes, independente de origens e que respeitem o mundo científico. Fugas dessas premissas irretorquíveis constituem crime.
*Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes – Médico neurocirurgião, advogado e escritor. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Presidente do Conselho Deliberativo da SBN, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e Presidente da Federação Nacional dos Médicos. Especialista no Direito Médico e da Saúde e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito da Escola Paulista de Direito. É Colunista do Agenda Capital.
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