Deputado Júlio César (PRB). Foto: Reprodução

Por CB

Favorável à redução da maioridade penal para 16 anos e à reforma da Previdência, o deputado federal eleito pelo PRB Julio Cesar também defende uma revisão nos direitos dos trabalhadores. “Se não mudar alguma coisa, o país pode quebrar, e essa não é a vontade do povo brasileiro. Um dos lados tem de ceder, e nós somos favoráveis à mudança”, destacou o parlamentar.

Defensor dos valores da família tradicional e do Escola sem Partido, Julio Cesar explicou por que o PRB declarou apoio ao governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), no 2º turno das eleições para o Palácio do Buriti. “Após o 1º turno, sentamos com Ibaneis e identificamos algumas coisas em comum. Ele disse que era contrário à ideologia de gênero e não permitiria que isso fosse aplicado na rede pública. Quando o governador eleito tomou essa decisão, decidimos apoiá-lo. A princípio, estaremos ao lado dele”, ressaltou o deputado federal eleito.

Como a bancada evangélica atuará nesses próximos quatro anos?

De forma muito consciente, principalmente, respeitando os valores da família tradicional e outros pontos importantes para a sociedade. A gente discute muito a questão de ideologia de gênero, e vamos lutar para que a proposta do Escola sem Partido passe no Congresso Nacional. Também não vamos permitir a transmissão da ideologia de gênero para os nossos alunos.

O senhor defende mudança no Estatuto do Desarmamento?

Estamos marcando para que, em janeiro, os deputados possam tomar posição única e defendê-la nesses quatro anos.

E sobre a maioridade penal?

Sou favorável à redução para que chegue aos 16 anos.

Qual é a opinião do senhor sobre a reforma da Previdência?

Sou a favor, embora não tenha participado do envio dessa forma previdenciária. Esse é um dos temas que será debatido na nossa bancada, que a gente precisa se aprofundar para ter um consenso único, mas, do jeito que está, não dá para ficar. Contudo, sempre vamos preservar os direitos adquiridos.

O senhor considera justas as condições apresentadas pelos funcionários públicos?

É verdade que há uma insatisfação da grande da parte. Eu prometi que me reuniria com a categoria após a eleição para buscar pontos específicos que os funcionários públicos estão dizendo que vai ter prejuízo e elaborar um estudo profundo. Mas, se não mudar alguma coisa, o país pode quebrar, e essa não é a vontade do povo brasileiro. Um dos lados tem de ceder, e nós somos favoráveis à mudança.

O senhor apoia o governo de Ibaneis Rocha (MDB)?

No 1º turno, o PRB decidiu caminhar com Rogério Rosso (PSD) por uma questão de convergência de ideias. Ele defendia os princípios da família e tinha um candidato a vice-governador evangélico. Após o 1º turno, sentamos com Ibaneis e identificamos coisas em comum. Ele disse que era contrário à ideologia de gênero e não permitiria que isso fosse aplicado na rede pública. Quando o governador eleito tomou essa decisão, decidimos apoiá-lo.

O senhor acredita que as pessoas do governo precisam ser mais políticas do que técnicas?

Deve ser uma mescla. Em determinadas áreas, como Saúde, precisa ser técnico. Agora, na Casa Civil, é necessário um perfil político, porque tratará com deputados.

O senhor acredita que Ibaneis conseguirá cumprir todas as promessas de campanha?

Ele está pegando um ambiente diferente de Rollemberg, que assumiu em 2015 com quase R$ 3 bilhões em deficit, fora os outros valores que fizeram com que chegasse a quase R$ 5 bi ou R$ 6 bi. Dizem que, agora, a faixa vai ficar entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão. Portanto, ele vai enfrentar um ambiente mais tranquilo. A ideia de diminuir o imposto, por exemplo, é fazendo aumentar a receita. Ibaneis fez muitas promessas, foi arrojado e só vamos saber, de fato, o que vai se concretizar no ano que vem. O nosso papel será o de cobrar.

O que o senhor vai fazer para trazer recursos para o DF?

Essa será a minha principal bandeira de atuação. Primeiro, vou ver quais ministérios vão se formar, mas nós não buscamos esse tipo de participação (na composição dos órgãos). Queremos deixar o presidente Bolsonaro muito tranquilo, porque ele tem dito que quer escolher pessoas técnicas.

O senhor defende o ensino religioso e de política nas escolas?

Eu defendo o Escola sem Partido. Defendo que não se deve ensinar doutrinas de qualquer espécie, religião, até porque cada um tem a sua e focar em uma seria excluir todas as outras. Sou contra a doutrinação política e religiosa. Quanto à religião, não há uma crença dominante no país; por isso, sou contra o ensino nas escolas.

O senhor pleiteia concorrer ao cargo de governador?

Esse passo só o futuro poderá dizer. Mas, a princípio, serei candidato à reeleição a federal.

Da Redação com informações do Correio

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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