Empresário e advogado Luís Felipe Belmonte, presidente nacional do Aliança Pelo Brasil. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

Presume-se que uma pessoa que vá para um cargo político, não vai para roubar, não vai fazer coisas que não seja de proveito para a sociedade. Ela tem que se entregar à causa da sociedade para atender todas as demandas necessárias”. (Felipe Belmonte)

Por Delmo Menezes

O empresário e advogado Luís Felipe Belmonte, vice-presidente do Aliança Pelo Brasil, recebeu a reportagem do Agenda Capital para uma entrevista exclusiva, na tarde desta terça-feira (20). O empresário que é casado com a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania), tem percorrido o país no projeto de implantação do “Aliança Pelo Brasil”, que de acordo com ele, até o final do ano o partido terá a quantidade de fichas necessárias exigidas por lei.

Segundo Felipe Belmonte, o presidente Bolsonaro aprovou o plano de ação para consolidação do partido e com isso “as coisas estão caminhando com maior velocidade”.

De acordo com o empresário e suplente de senador, o alto índice de aprovação do presidente, deve-se ao fato do desgaste sofrido pelos governadores e prefeitos durante a pandemia da Covid-19, e principalmente porque que as pessoas perceberam que o governo Bolsonaro é bom.

Sobre a gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB), Belmonte afirmou: “prefiro não opinar agora. Prefiro esperar um pouco mais para fazer um diagnóstico melhor”, declarou.

Leia a íntegra da entrevista:

AC – O senhor tem percorrido o Brasil inteiro como vice-presidente do Aliança Pelo Brasil, buscando a consolidação do partido. Como tem sido a recepção nas cidades? 

FB – Excelente. Tivemos agora recentemente no Pará em Salinópolis, com lideranças de 46 municípios, inclusive a representante veio hoje a Brasília nos visitar e disse que foi um divisor de águas. Todos muito empolgados, empresários chegando para auxiliar na montagem de banners, tendas, trazendo pessoas para apoiamento. Estivemos também em Fortaleza/Ceará com representantes de 60 municípios. Em Goiânia junto com o deputado Major Vitor Hugo com 16 sindicatos patronais, e todos com resultados excelentes. Graças a Deus, a resposta tem sido muito boa. Além disso, faço contato com 04, 05, 06 estados diariamente, resolvendo problemas, ou seja, o partido estava com dificuldades de alinhamento. As vezes tinha locais com 03 pessoas, 03 grupos, sem o diálogo, e nós reunimos e dissemos: Gente agora não é momento político, agora é hora de buscar fichas, fazer o cadastramento de pessoas. Então estamos alinhando isso com os diversos estados e os resultados têm sido excelentes. Estamos confiantes que até o final do ano teremos a quantidade de fichas necessárias para o Aliança.

AC – O que o presidente Jair Bolsonaro tem solicitado em relação ao Aliança Pelo Brasil?

FB – O que nós fizemos foi criar um comitê, onde hoje temos 04 pessoas, que coordenam este trabalho, então eu sou uma dessas pessoas. Ele pediu apenas que a gente trabalhasse em conjunto para a organização do partido. Apresentamos para ele um plano de ação e ele concordou. Achou muito bom e pediu que déssemos seguimento. É isso que estamos fazendo junto com nossa equipe de trabalho, principalmente eu e o Dr. Admar que estava desde o começo acompanhando tudo isso. Chamamos mais duas pessoas para nos ajudar. Estamos em contato com parlamentares, o que também é muito importante pela participação deles como lideranças nos seus estados, e com isso estamos conseguindo fazer as coisas caminharem com mais velocidade.

Luís Felipe Belmonte. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

AC – O último levantamento feito pelo Instituto XP Investimentos, mostra que o governo Bolsonaro é avaliado como ótimo, bom ou regular para 67% dos brasileiros. A que o senhor atribui este crescimento?

FB – Primeiro houve um desgaste muito grande dos governadores durante a pandemia da Covid-19, com o STF decidindo que os governadores e prefeitos iriam cuidar da questão da pandemia. Isso significa que eles assumiram todo o desgaste. O governo federal ficou com a incumbência de mandar os recursos para os estados e municípios. Houve muito caso de desvio como foi amplamente divulgado pela imprensa. A Polícia Federal está tendo muito trabalho, claro que isso não é generalizado são casos pontuais, mas aconteceram. Enquanto isso o presidente defendia o equilíbrio entra a saúde e o emprego, o que a Organização Mundial da Saúde – OMS, veio recentemente confirmar. Ele pode até não ter se expressado de uma forma que tenha bem entendida por algumas pessoas, porém o conteúdo do que ele falou está se confirmando. Enquanto a economia não se recuperava, o governo veio com o auxílio emergencial. Fez muitas entregas no Nordeste, que hoje apoia o Bolsonaro. O presidente levou água para o sertão nordestino. Muita gente falou sobre isso que foi iniciado nos governos anteriores, mas quem entregou foi ele. Então, tanto ele como o trabalho do ministro Tarcísio Freitas no Ministério da Infraestrutura, da ministra Tereza Cristina, na Agricultura, por exemplo, são relevantes. Esses dias houve o lançamento do programa de segurança alimentar, onde a safra deste ano garante segurança alimentar para 06 anos. A ministra Damares faz um trabalho excelente na área dela. Eu poderia enumerar diversos outros ministros que estão fazendo um trabalho muito bem organizado. A tendência do presidente é que cresça ainda mais, porque as coisas estão acontecendo. Agora o ponto chave deste crescimento é que as pessoas perceberam que o governo Bolsonaro é bom. Então o dinheiro vai para quem tem que ir, que é a sociedade.

AC – Recentemente em um evento do seu partido no Ceará, o senhor deu a seguinte declaração: “a política é entrega, é dedicação e nós vamos ocupar com pessoas honradas, com condutas honradas”. O que exatamente quis dizer com esta frase?

FB – Eu lembrei da raiz da origem do que é a política. A política na Grécia antiga onde ela surgiu com pessoas honradas, que se dispunham a entregar um tempo de suas vidas para prestar um serviço à comunidade. Porque eu digo que é entrega, porque a pessoa dispõe de um tempo de sua vida que poderia estar com sua família, seus negócios, suas coisas pessoais. Presume-se que uma pessoa que vá para um cargo político, não vá para roubar, não vai para fazer coisas que não sejam de proveito para a sociedade. Ela tem que se entregar à causa da sociedade para atender todas as demandas necessárias. Em função disso é que considero que pessoas honradas devem ocupar o lugar de autoridade para servir ao povo.

AC – O senhor se identifica como cristão e conservador que valoriza a Pátria e a família. Uma pessoa que não tem religião pode ingressar no Aliança Pelo Brasil?

FB – O ponto importante primeiro de tudo é a questão da família. A pessoa não precisa ser um religioso ou cristão, para participar do Aliança. Quando a gente fala, a gente não defende uma determinada religião, e sim princípios e valores. Quais são os valores que defendemos: a honestidade, solidariedade, fraternidade, os valores cristãos verdadeiros. Mesmo que uma pessoa não acredite em Deus, mas procura fazer o bem para o próximo, claro que será muito bem recebida.

O zagueiro Vinicius Milani do Real Brasília e o presidente Felipe Belmonte na assinatura do contrato com o Flamengo para defender o clube rubro-negro na categoria sub-20. Foto: Haland Guilarde/Real Brasília.

AC – Além de político, Felipe Belmonte é o presidente do Clube Real Brasília. Quais os principais projetos do clube para 2021?

FB – No Real Brasília estamos vivendo um momento muito bom. Este ano ficamos em terceiro lugar no Candangão. É um time novo, tem apenas 04 anos de existência. Estamos aprendendo a trabalhar com o futebol. No futebol metade você ganha dentro do campo e outra metade fora do campo. Então nós montamos bons times dentro do campo e fora do campo. Eu particularmente estou aprendendo a trabalhar com o futebol e estamos começando a acertar a mão. Estamos trabalhando muito com a base desde a escolinha. Durante a pandemia a escolinha ficou fechada e estamos retomando agora. O trabalho de base considero muito importante. Hoje temos 07 jogadores da base que estão em clubes de ponta. Estão no Flamengo, no Grêmio, no Botafogo, no Bragantino, no Goiás, no Shakhtar da Ucrânia, e isso nos deixa felizes. Eu descobri que temos 30 jogadores hoje nascidos no Distrito Federal que estão em clubes de ponta no Brasil e no mundo. Nenhum passou por clubes do DF, porque os clubes daqui não tinham este sistema de trabalho de base. Além disso montamos um time muito competitivo, ficando em terceiro lugar este ano. Ano que vem, se o Brasiliense ou o Gama forem para a série C, nós teremos a vaga no torneio nacional. No campeonato feminino nós ganhamos ano passado e estamos disputando a segunda divisão nacional.

AC – Qual a sua avaliação em relação as medidas que foram tomadas pelo GDF durante a pandemia da Covid-19?

FB – É difícil você fazer uma avaliação mesmo porque eu não sou da área médica. Num primeiro momento achei muito precoce o fechamento das atividades essenciais. Quando as primeiras medidas foram tomadas tínhamos 03 casos no DF. Isto significou uma interrupção da economia muito precoce, tanto que o governo teve que reabrir com uma intensidade maior, porque viu que a economia não suportava. Eu imagino que o governo local tenha tomado as decisões com base na sua área técnica.

AC – Durante a pandemia tivemos vários escândalos no país envolvendo a área da saúde com a prisão de vários gestores. Na sua opinião, o que deve ser feito para afastar de vez a corrupção no serviço público?

FB – Eu tenho acompanhado através da imprensa, os diversos escândalos envolvendo principalmente a saúde pública. E o que me chamou atenção nos processos, é que muitas vezes eles mencionam um comando central sem dizer o que seria este comando central. As evidências de irregularidades são muito fortes. O que precisa ser feito para a corrupção ser estancada, são as escolhas boas do eleitorado, de pessoas realmente comprometidas com a causa pública e com a honestidade. O presidente Bolsonaro tem mostrado isso nestes 22 meses de administração sem nenhuma denúncia de corrupção no governo ou nas empresas estatais. Em segundo lugar, uma Câmara Legislativa ou Congresso Nacional que tenha realmente o dever de fiscalização sem fazer negociatas com ninguém. Geralmente quem vende a sua consciência não vale o preço que pagam. Então é preciso que o órgão fiscalizador seja eficiente e existir liberdade para a imprensa, que são os olhos da sociedade, assim como uma atividade intensa do Ministério Público acompanhando diuturnamente. Mas o principal ponto é uma eleição consciente, conhecer realmente a história de vida das pessoas e fazer escolha de pessoas para assumir cargos públicos ou no parlamento, comprometidas com a causa da sociedade. Importante ressaltar que as pessoas não são donos do cargo, são apenas ocupantes do cargo e deve exercê-los em prol da sociedade. A boa política é feita de alianças e com pessoas honradas.

AC – Como o senhor avalia a gestão do governo Ibaneis Rocha nestes 22 meses de governo?

FB – Eu prefiro não opinar agora. Prefiro esperar um pouco mais para fazer um diagnóstico melhor. Eu entendo que um governante precisa ter um bom diálogo com a classe política, com os empresários e com a classe trabalhadora. Além disso, precisa cumprir com os compromissos assumidos durante a campanha. Outra coisa muito importante para qualquer um que exerça cargo público, é a sobriedade. Tudo isso repercute na forma de governar, nas relações institucionais.  O administrador não governa sozinho, ninguém é dono do lugar. Eu prego que haja uma certa união entre os poderes constituídos. Boas realizações acontecem, mesmo porque é o dever de todo governante fazer boas coisas. Prefiro esperar mais alguns meses, para fazer uma avaliação mais precisa.

Felipe Belmonte e o presidente Jair Bolsonaro.

AC – E na esfera federal, qual sua avaliação sobre o governo Bolsonaro?

FB – Eu vou trazer a avaliação da sociedade brasileira que hoje o apoia com 67%. Nós temos um presidente sem notícias de corrupção, e olha que temos uma imprensa que o vigia não é nem com “lupa”, é com “telescópio”, buscando todo jeito uma falha no quesito corrupção e não encontra. Isso é muito positivo e chega na ponta. Basta ver o que o ministro Tarcísio da Infraestrutura tem feito. Com pouco dinheiro tem conseguido concluir as obras que estavam inacabadas. Tivemos agora o Plano Safra, sob o comando da ministra Tereza Cristina, como falei anteriormente, onde tivemos no ano, uma garantia de segurança alimentar para 06 anos. E isso em plena pandemia. Temos o ministro Paulo Guedes tomando decisões precisas na área da economia, mesmo com dificuldades. O Brasil teve neste período da pandemia, um prejuízo menor do que o projetado inicialmente. O país ficou 06 meses parado, mas estamos conseguindo recuperar. A projeção do PIB era muito negativa, mas hoje ela está sendo retificada com uma queda menor, o que é um grande ganho neste contexto. E tudo isso chega na ponta. Problemas existem, porém o presidente tem enfrentado de forma muito equilibrada. A sua equipe é de excelente qualidade com isso temos uma avaliação positiva para o governo.

Família Belmonte. Foto: Divulgação

AC – Sua esposa a deputada federal Paula Belmonte tem se mostrado uma das parlamentares mais atuantes dentro do Congresso Nacional, principalmente por sua luta em defesa da infância, da educação, do empreendedorismo e na fiscalização dos gastos públicos. Quais os planos dos Belmontes para 2022? Alguma disputa majoritária?

FB – A deputada Paula Belmonte foi considerada uma das 20 parlamentares mais produtivas. Ela é muito intensa e muito comprometida. Eu até diria que para mim ela é um exemplo. Se eu for para algum cargo público, eu quero poder ter o mesmo compromisso que ela tem com a sociedade. Um compromisso realmente de servir, de buscar melhoria de vida das pessoas. A Paula é uma pessoa muito verdadeira. As pessoas podem até não se agradar com o que ela diz, mas jamais ficarão enganadas com a posição dela. O sentimento da Paula é de quem está preocupada com a boa aplicação dos recursos públicos, que vêm dos nossos impostos. Ela entende assim como eu, que os tributos pagos pela sociedade são para os benefícios da sociedade. Ela tem esta pauta da Educação, do Empreendedorismo, da Criança e da rigorosa Fiscalização do uso do dinheiro público. Com relação aos planos para 2022, eu considero prematuro. Hoje meu empenho está sendo em auxiliar o presidente Bolsonaro na criação do partido Aliança Pelo Brasil a nível nacional. Toda minha energia no campo político está sendo para cumprir nosso compromisso com ele, do partido ficar pronto até meados do ano que vem. A partir do momento que o partido estiver consolidado, o presidente que é o comandante maior da legenda, irá definir quais as posições que ele considera mais adequadas para cada um. Eu sou uma pessoa de grupo e trabalharei em prol do que o grupo definir. Claro que existe muitas pessoas que nos incentivam a buscar cargos majoritários, mas hoje eu diria que se fosse uma escolha pessoal para alguma disputa majoritária, eu penso numa possiblidade de disputar uma vaga no Senado Federal ou mesmo de ficar cuidando dos meu filhos, da fazenda, dos meu negócios o que é também uma excelente possiblidade.

Da Redação do Agenda Capital

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here