Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF

O chefe do Executivo local afirma que governo federal tem feito ‘constantes equívocos na distribuição de vacinas’ à capital. Ação foi apresentada na tarde desta quinta-feira (22).

Por Redação

O governo do Distrito Federal acionou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que determine o envio de 292.055 doses extras de vacinas contra Covid-19 à capital, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O GDF alega que o governo federal tem cometido “constantes equívocos na distribuição de vacinas”. A ação foi apresentada na tarde desta quinta-feira (22).

Ibaneis diz que tem sido prejudicado por projeções defasadas do Ministério da Saúde (MS), em relação à população e à imunização de categorias de trabalhadores. A ação pede a concessão de liminar para garantir o envio. O processo foi distribuído para relatoria da ministra Regina Helena Costa.

Questionado sobre a medida, o Ministério da Saúde não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. Nesta semana, ao ser perguntado sobre os argumentos, o ministro Marcelo Queiroga disse que “nenhuma unidade da federação foi prejudicada”.

Argumentos do GDF

Na ação, a Procuradoria-Geral do DF (PGDF) afirma que a distribuição de doses pelo MS “não tem sido feita de forma igualitária e proporcional entre os estados brasileiros e o DF”.

“Essa circunstância tem gerado severos problemas para a população do Distrito Federal, a qual se vê com índices inferiores de vacinação se comparados à maior parte das demais unidades da federação”, afirma o pedido.

Segundo o GDF, o Ministério da Saúde não tem levado em conta nos cálculos moradores do Entorno do DF, que procuram a capital para tomar a vacina. Cita ainda que diversos grupos receberam menos doses que o necessário. Veja abaixo:

  • Idosos acima de 80 anos: DF recebeu 42.390 doses, mas vacinou 53.734. Déficit de 11.344;
  • Forças de segurança e salvamento: DF recebeu 6.753 doses, mas vacinou 31.800. Déficit de 25.047;
  • Profissionais de educação: DF recebeu 33.200 doses, mas vacinou 73.655. Déficit de 40.455;
  • Trabalhadores de limpeza urbana e catadores de resíduos: DF recebeu 1.771 doses, mas vacinou 4.485. Déficit de 2.714
  • Pessoas com mais de 60 anos institucionalizadas: DF recebeu 648 doses, mas vacinou 980. Déficit de 332;
  • Indígenas e terras aldeadas: DF não recebeu doses, mas vacinou 298. Déficit de 298;
  • Trabalhadores da saúde: DF recebeu 146.067 doses, mas vacinou 159.118. Déficit de 8.415;
  • Moradores de outros estados: DF não recebeu doses, mas vacinou 184.865. Déficit de 184.865.

Acordo

Na semana passada, o governo local chegou a anunciar um acordo com o Ministério da Saúde para o recebimento de 250 mil doses a mais. A pasta, no entanto, não confirmou a medida.

De acordo com o GDF, o acordo foi firmado em reunião tripartite, que tem participação de representantes do governo federal e das secretarias de saúde estaduais e municipais, mas que não contou com a presença do ministro Marcelo Queiroga.

Em coletiva de imprensa nesta quarta, o o chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, afirmou já havia anunciado a intenção de acionar a Justiça para garantir o cumprimento da medida. “Foi tratado e acordado”, reforçou o secretário.

Governador do DF, Ibaneis Rocha, comenta em rede social sobre déficit de vacinas na capital federal. — Foto: Twitter/Reprodução

O governador Ibaneis Rocha (MDB) também comentou a medida em uma rede social. Disse que o Executivo local já “notificou o Ministério da Saúde diversas vezes”.

“Nao é justo ficarmos para trás”, postou Ibaneis

Ministro nega prejuízo

Na segunda, o ministro da Saúde afirmou que “nenhuma unidade da federação foi prejudicada” na distribuição de vacinas e que as decisões com relação à quantidade enviada para cada estado “foram tomadas lá atrás, de forma pactuada, com os secretários de saúde e seus órgãos representativos”.

“Foi considerada a questão do senso de 2010, considera-se a demografia de cada estado e aqui do Distrito Federal, a presença de comorbidades. O que nós temos que fazer é buscar mais doses. E é isso que nós temos feito”, afirmou Queiroga.

Com informações do G1/DF.

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