Dr. Ismael Alexandrino Junior, diretor-presidente do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal. Foto: Agenda Capital

‘Ainda existe muita possibilidade de melhoria, temos plena consciência disso, não é um passe de mágica’ (Ismael Alexandrino)

Por Delmo Menezes

Formado em medicina pela Universidade estadual de Pernambuco, especializado em Gestão da Saúde pela Fundação Getúlio Vargas, focado em resultados com geração de valor, e na satisfação dos “stakeholders”, o ex-oficial-médico da Marinha do Brasil, ex-secretário adjunto de Saúde e atual diretor-presidente do Instituto Hospital de Base (IHBDF), Dr. Ismael Alexandrino Junior,  concede entrevista exclusiva ao portal de notícias Agenda Capital.

Criado através do Decreto nº 38.332, de 13 de julho de 2017, nos termos da Lei nº 5.899, de 3 de julho de 2017, o IHBDF, começa a apresentar resultados significativos conforme indicadores abaixo.

Veja alguns indicadores de produção do IHBDF

INTERNAÇÕES: Aumento de 11,9% em relação ao mesmo período no Hospital de Base, com uma média de 1.122 internações/mês em 2018, contra 1.002 internações/mês em 2017.

CIRURGIAS ELETIVAS: Aumento de 12% em 2018 (3.447 cirurgias) em comparação com 2017 (3.083 cirurgias), com 364 cirurgias a mais no período.

ATENDIMENTO DE URGÊNCIA: Aumento de 24%. Saltou de 123.104 em 2017 para 155.327 em 2018.

Nesta entrevista, Dr. Ismael Alexandrino, fala dos desafios que têm pela frente, dos resultados animadores alcançados no primeiro ano de instituto, e das expectativas para o próximo ano.

Leia a íntegra da entrevista:

AC – Como avalia sua gestão à frente do Instituto Hospital de Base neste primeiro ano?

Dr. Ismael – É um trabalho em conjunto e com a colaboração de quem já estava aqui no hospital, que nós agregamos. Neste momento de transição que considero o primeiro ano, é extremamente desafiador. O novo modelo não é somente a mudança de um regime jurídico. A mudança é de um modelo mental, focado em metas e resultados que buscamos alcançar todos os dias. Mais do que um número, cada meta, cada resultado, significa pessoas, que são atingidas positivamente, sendo tratadas, diagnosticadas, recebendo o que podemos oferecer de melhor. Esse trabalho no primeiro ano à frente da gestão é muito desafiador, mas sobretudo extremamente motivante.

AC – O que de fato melhorou com a mudança para Instituto?

Dr. Ismael – A certeza que a gente tem vem dos dados, vem dos fatos. Temos visto a melhoria no campo cirúrgico, clínico, e na própria demanda de porta onde nosso atendimento mensal aumentou de quatro mil a nove mil pacientes por mês. As nossas cirurgias dependendo do segmento até dobraram. A oferta de quimioterapia e radioterapia, tudo isso mais do que dobrou. Então, é incomparável em relação ao modelo anterior a mudança para melhor. Ainda existe muita possibilidade de melhoria, temos plena consciência disso, não é um passe de mágica. A gestão é feita por pessoas e cada um tem o seu tempo.

AC – Pacientes reclamam da demora na marcação de consultas. Como resolver esta situação?

Dr. Ismael – Do ponto de vista local, investimos na contratação de pessoas para agilizar o atendimento e disponibilizar as vagas. No entanto, a maioria das vagas que nós disponibilizamos, são liberadas para o complexo regulador da Secretaria de Saúde. Então na verdade, a fila vem de lá! Aqui no hospital só fazemos o agendamento, respeitando os princípios da equidade.

Dr. Ismael Alexandrino, diretor-presidente do Instituto Hospital de Base do DF. Foto: Agenda Capital

AC – Em visita ao Pronto Socorro constatamos que estava lotado, com pacientes inclusive nos corredores. Como pretende resolver esta situação?

Dr. Ismael – De fato nós operacionalizamos o Pronto Socorro com quase o dobro de sua capacidade. Em última instância este hospital era para ser unicamente referenciado de alta complexidade. No entanto, a nossa porta é aberta e a demanda é espontânea. Tendo em vista que há outros hospitais regionais e até UPAs que não tem tido o atendimento de porta e com frequência tem decretado apenas o atendimento que chamamos de “bandeira vermelha” para pacientes graves, isto tem aumentado muito a nossa demanda. Como eu disse anteriormente, recebemos de quatro a nove mil pessoas a mais por mês no hospital. Nos nossos processos internos de gestão de qualidade, instalamos o “Lean” que é uma metodologia japonesa para acelerar os processos de trabalho, para diminuir o tempo que o paciente passa aqui, tirando o desperdício daquilo que não agrega valor na sua permanência dentro do hospital.

AC – Domingo passado escolhemos nosso governador para os próximos quatro anos. Qual a sua expectativa e como será seu relacionamento com o governo Ibaneis?

Dr. Ismael – Da mesma forma que procuramos ter um relacionamento muito profícuo e colaborativo, exaltando acima de tudo o espírito público com o governo atual, no próximo governo tendemos a manter o mesmo nível de relacionamento e nos colocando como peças colaborativas do SUS, sempre focado nos resultados e nas metas. A mesma convivência harmoniosa que tivemos com o governo que finaliza neste ano, é nossa intenção manter com o próximo governo. O Instituto Hospital de Base tem um posicionamento estratégico na rede pública de saúde. E tendo esta consciência, quanto mais estratégico, maior é nossa responsabilidade para com o governo e a população que precisa de um serviço de saúde de qualidade.

AC – Um dos seus superintendentes do Instituto é um general da reserva. Como será seu relacionamento com o governo Bolsonaro?

Dr. Ismael – O nosso trânsito na esfera federal, seja ela nos ministérios ou nas forças armadas, é muito bom. No caso do general Manoel Pafiadache que é nosso superintendente administrativo, de fato ele guarda estreito relacionamento com o general Mourão, que foi eleito vice-presidente. Temos admiração mútua e recíproca com nosso presidente eleito. Para nossa instituição, acho que é um ganho essa nova proposta, que se alinha com aquilo que nós acreditamos, baseado em racionalização dos recursos para aquilo que de fato é necessário, sem corrupção, com transparência, e entregando mais para nossa população.

AC – O que a população pode esperar para o próximo ano do Instituto Hospital de Base?

Dr. Ismael – Fizemos a revisão do planejamento estratégico para os próximos dois anos, e a nossa visão é de sermos a instituição de saúde pública de alta complexidade que melhor cuida de pessoas no Brasil. Este é nosso farol! Quando eu digo cuida das pessoas, não é somente dos pacientes, mas também dos nossos colaboradores e parceiros envolvidos. O que se pode esperar desta gestão, é extremo comprometimento de corpo e alma, honestidade e foco em resultados, sem esquecer que atrás de cada número, tem uma vida.

Da Redação do Agenda Capital

4 COMENTÁRIOS

  1. No caminho certo deque?! O almento no número de cirurgias são porque colocaram um monte de oftalmo e cirurgias de aplicação de espuma pela vascular. No centro cirúrgico servidores trabalham sobrecarregados por falta de pessoal. Os anestesistas q contrataram e muitos técnicos 90% pediram pra Sair, tanto é q eles publicaram no correio do último domingo q estavam contratando mais anestesistas. Me poupem… o pessoal da secretaria q não foi expulso é q tá carregando os setores nas Costa…com falta de pessoal, escalas mal distribuídas, etc só sabe a realidade
    quem tá lá!! Affs

  2. Esse hospital e o Hran, deveria ser porta fechada como hospital das clínicas em sp .para dar vazão e qualidade no atendimento. Somente, com planejamento,regulação indicadores. Vcs estão no caminho certo !

  3. Hospital de Base melhorou e muito. A questão da cirurgia ortopédica a pessoa fala sem domínio do assunto, cirurgia não é cortar um pedaço de carne envolve toda uma logística diferente em cada situação e o hábito de só falar mal já está nesse tipo de pessoa. Trabalho em hospital particular e já tive paciente esperando por até 45 dias pra cirurgia no tornozelo e ninguém fez escândalo ou falou mal da instituição.

  4. Sobre o hospital de base se melhorou é porque não tem como piorar mais.
    Estou com um jovem q quebrou a perna e so vão operar na segunda semana de novembro.Pasmem… Ele ficará ocupando um leito ate ser operado porque se for pra casa perde a vaga.Aí por não operarem logo a rede publica gasta muito mais.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here