Palácio do Planalto. Foto: Reprodução

Ruídos provocados por Bolsonaro e filhos atraem atenção, e as áreas que funcionam ficam em segundo plano

Por Redação*

Há peças que precisam se ajustar para a economia se mover para a frente. Poder de compra da população, inflação, investimentos são apenas alguns fatores que interagem para propiciar aumento na produção, mais emprego, mais consumo. Existem indicadores que mostram melhorias em vários setores, sinais de que a economia se move – crescem o número de lançamentos imobiliários (quase dobrou no segundo trimestre), a venda de veículos (expectativa de mais de 10% no ano), a reação no comércio varejista (o melhor julho em seis anos). Tudo muito abaixo do pico em 2013/2014, mas em ascensão.

Segmentos do governo e do Congresso que não se envolvem na cansativa e estéril guerra ideológica têm tempo para trabalhar. Os resultados aparecem. A aprovação da reforma da Previdência é o principal. Há outros projetos em andamento que também são peças que se encaixam neste processo de aceleração do crescimento.

Os ruídos provocados pelo presidente Bolsonaro e família atraem muita atenção, e o governo que funciona fica em segundo plano. Tuítes descabidos, declarações impensadas, brigas partidárias repercutem mais do que leilões de infraestrutura e energia elétrica: os certames realizados até agora já garantiram investimentos privados de R$ 22,4 bilhões nos próximos anos. Um único leilão no setor de energia assegura investimentos de R$ 11,1 bilhões.

A política de atração do setor privado para estas áreas adotada no governo Temer tem sequência com Bolsonaro. Já houve 20 leilões de projetos em portos, ferrovias, aeroportos, estradas e energia elétrica. Este ano, empresas que arremataram projetos já destinaram ao Tesouro R$ 5,8 bilhões.

Até o final do governo, em 2022, há uma carteira de projetos a serem leiloados que podem significar R$ 230 bilhões em investimentos do setor privado ao longo do tempo. Sem considerar as altas cifras dos leilões de petróleo e gás. Para uma economia anêmica em termos de ampliação da infraestrutura em geral, uma boa perspectiva.

Onde há carência, existem oportunidades de investimentos. E as carências brasileiras são inúmeras. Nos transportes há várias. A meta do Ministério da Infraestrutura é passar para a iniciativa privada 16 mil quilômetros de rodovias federais. Tudo dando certo, haverá nelas R$ 137 bilhões de investimentos.

E historicamente difícil no Brasil o modal das ferrovias. Mas o ministério conseguiu atrair interessados em explorar 1.537 quilômetros, o principal trecho da Ferrovia Norte-Sul, entre São Paulo e Goiás. Espera-se que os casos se multipliquem, enquanto há excesso de liquidez em um mundo em desaceleração econômica.

O Brasil, se não errar muito, continuará a ser uma boa opção para este dinheiro que não consegue retornos aceitáveis numa fase de juros muito baixos em todos os mercados globais. Até no brasileiro. O risco dos erros se concentra no Palácio e no anexo da família Bolsonaro.

Os investidores analisam o grande potencial econômico do país. Mas também se preocupam com a estabilidade política. A cada crise gerada pelo próprio governo, algum investidor se retrai na Ásia, Europa e América do Norte. O governo que trabalha pode seguir em frente, mas sempre será afetado pelo governo que só se preocupa com a luta política e as desavenças pessoais.

*Com informações do O Globo

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