“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” Rui Barbosa

Incrível, não é mesmo? Não estou exagerando, não. Venham comigo: o Legislativo só começa a pensar que existe o Brasil, depois do Carnaval; no Executivo, os ministros “pegam” férias, pode? No judiciário, deixam um de “plantão” que tem como missão ver apenas os casos urgentes, tais como liberar um banqueiro da prisão.

Pior ainda, chegam os carnês do IPTU, as listas de material escolar (que levam boa parte do orçamento familiar), o aumento da gasolina, o aumento dos impostos de modo geral, embutidos de tal forma que quando o “vivente” se dá conta, só dá tempo para dizer “ai, meu Deus”.

Você pensa que terminou aí, mas tem mais. Chega o “Leão”, com as garras e presas bem afiadas, para tirar uma boa parte do seu rico dinheirinho e, em alguns casos, lá na frente, dando uma de bonzinho, devolve algumas migalhas, (não por ser bonzinho, mas por ter “abocanhado” mais do que efetivamente ou “legalmente” devia).

Bueno, o vivente, depois de ter avaliado todo esse estrago, pensa positivo, pois sabe que tudo que aconteceu até agora foi para “melhorar” a vida do brasileiro; que embora escorchantes, os impostos serão bem aplicados; que o Legislativo esta aí para “controlar”, que o Executivo vai gastar com parcimônia e honestidade, que os tribunais coibirão possíveis abusos; que a imprensa está “preparada” para exercer o seu mais brilhante papel que é o de colocar a céu aberto as falcatruas que, eventualmente, aconteçam.

Os malandros, encarapitados no poder ou sob a sombra do poder, ou, ainda, mesmo cassados, julgados, sentenciados, condenados, ou não, com a cara mais lavada do mundo, gozam com a nossa cara; vilipendiam a nossa consciência cidadã; subestimam a nossa capacidade de raciocinar ou de reagir, e “tocam” em frente os seus megalomaníacos projetos de interesse absolutamente pessoal.

As famílias desses malandros se multiplicam como rato (pobre do rato). Primeiro, eles se multiplicam nos vínculos sanguíneos; como não acham suficientes, formam conglomerados, onde entram os amigos, compadres e, mais recentemente, pessoas humildes, completamente desavisadas, que levam o pejorativo nome de “laranja”.

Epa! Agora me dei conta que meu artigo deveria abordar coisas positivas, otimistas, que encham o povo de orgulho de serem brasileiros.

Peço mil perdões por esta minha falha. Vou tentar corrigir no próximo, tá?

Em Tempo: qual foi a sua fantasia, neste carnaval? A minha foi de palhaço, mas estou substituindo-a pela de “gladiador”.

Colaboração: Lourival Zagonel – Ex-Diretor Geral do Senado Federal e atual presidente da Associação dos Servidores Ativos e Pensionistas do Senado Federal.

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