
Por Redação*
O médico Hélio Angotti Neto foi nomeado nesta quinta-feira, 18, para o cargo de secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde.
A secretaria é considerada estratégica por coordenar parcerias com a iniciativa privada para fabricação de medicamentos e outros insumos. A pasta também analisa qual produto pode passar a ser ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores mercados de medicamentos do mundo.
Na pandemia do novo coronavírus, a SCTIE publica diariamente avaliações sobre pesquisas de medicamentos e vacinas contra a covid-19. Os informes reforçam que não há evidência de benefício da cloroquina para pacientes deste vírus, medicamento que tornou-se aposta do governo Jair Bolsonaro.
Neto ocupará o cargo que havia sido prometido ao empresário Carlos Wizard, fundador da rede Wizard de escola de inglês e dono da Mundo Verde. O empresário desistiu de ocupar o cargo após gerar repúdio de gestores do SUS por afirmar que eram ‘fantasiosos’ os dados sobre a covid-19. Como o Estadão revelou, Bolsonaro também pediu ao seu ‘sistema de informação particular’ para checar a vida pregressa do bilionário, inclusive a suposta ligação dele com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Neto formou-se em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e tem residência médica em oftalmologia. Ele lecionou no Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC) e atuava no Ministério da Saúde desde o começo de 2019.
Em entrevista à imprensa na segunda-feira, 15, Neto afirmou que o ministério tem visto ‘indícios cada vez mais fortes deste benefício’, ao defender estender a gestantes e crianças a recomendação de uso precoce da cloroquina e outros medicamentos contra a covid-19.
Ainda no cargo de diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde, durante a entrevista, Neto também minimizou decisão dos Estados Unidos de retirar autorização de emergência de tratamento com a cloroquina a pacientes internados. Ele afirmou que há fragilidades em estudos que desacreditam o uso destes fármacos contra a covid-19.
*Com informações do Estadão e Agenda Capital