A Câmara dos Deputados em sessão histórica aprovou na noite deste domingo (17), a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

Em seis horas de votação, foram 367 votos a favor e 137 contra. Ausências e abstenções somaram nove votos.

O 342º voto em favor do impedimento, atingindo a barreira de 2/3 da Casa necessários para a aprovação, foi dado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). Os debates na Câmara haviam começado às 8h55 de sexta (15).

Dep. Bruno-Araújo. dá-o-voto-ao-impeachmentNo momento do voto de Araújo, havia 127 votos contrários ao impeachment, 6 abstenções e 2 ausências. Ainda faltavam 36 deputados para votar.

“Quanta honra o destino me reservou de poder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros, senhoras e senhores. Pernambuco nunca faltou ao Brasil, carrego comigo nossas histórias pela liberdade e pela democracia. Por isso eu digo ao Brasil: sim!”, afirmou Araújo ao declarar seu voto.

Entre os deputados que haviam declarado o voto, o único que trocou de lado foi o ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes (PMDB-MG). Lopes, que havia declarado que votaria contra a abertura do processo de impeachment, votou a favor da ação no plenário da Câmara.

Outras mudanças, mas que na prática não mudaram o resultado da votação, foram os votos de Beto Salame (PP-PA) e Gorete Pereira (PR-CE), que haviam se posicionado a favor do governo, mas se abstiveram no momento da votação.

Jucá, Hennrique Alves, Temer e PadilhaO vice-presidente Michel Temer, acompanhou toda a votação do impeachment da presidente Dilma no Palácio Jaburu, acompanhado do senador Romero Jucá (PMDB-RR), dos ex-ministros Henrique Alves e Eliseu Padilha, além do seu amigo e assessor Tadeu Filippelli. Assessores próximos a Temer, disseram que ele recebeu com tranquilidade a continuidade do processo no Senado.

SENADO

A presidente, atingida pela queda de popularidade em razão da crise econômica e das investigações da Lava Jato, ainda não será afastada do cargo, no entanto. Para que isso ocorra, a decisão dos deputados tem de ser referendada pelo Senado por maioria simples, o que deve ocorrer no início de maio.

O presidente interino do PMDB, senador Romero Jucá, disse em entrevista nesta segunda-feira (18), que existe maioria no senado para instaurar o processo de impeachment da presidente Dilma.

“Para haver a admissibilidade, é preciso ter 41 votos ‘sim’, no Senado. Hoje a manifestação de senadores no intuito de abrir o procedimento já é maior que esses 41 votos. Então, se tudo ocorrer bem, nós vamos votar no momento adequado, cumprindo o regimento e a vontade da população brasileira”, afirmou Jucá, após a votação na Câmara.

A partir da publicação do resultado, o Senado terá dois dias para receber a comunicação da abertura e formar uma comissão especial para analisar a admissibilidade do caso. Hoje a tendência é de que os senadores também aprovem a abertura do processo. O placar ao menos 47 votos favoráveis, de 41 necessários.

Se isso ocorrer, Dilma será afastada por até 180 dias e julgada pelo plenário da Casa, em rito comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal. Assumirá então a Presidência, durante o julgamento, o vice Michel Temer (PMDB).

Da Redação com informações do G1 e Folha

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