Por Redação*

O presidente Jair Bolsonaro escolheu nesta sexta-feira (24), o delegado Alexandre Ramagem Rodrigues como novo diretor-geral da Polícia Federal (PF). Delegado de carreira, atualmente diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o novo chefe da PF conta com o apoio dos filhos do presidente para assumir o cargo.

Ramagem assumirá o cargo no lugar do delegado Maurício Valeixo, cuja exoneração levou o ex-juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro, a pedir exoneração. O ex-ministro denunciou que o presidente tentou interferir na PF, com acesso a dados consultados no Supremo Tribunal Federal e relatórios de inteligência. Ele diz que o Valeixo não cedeu e por isso sofreu  pressão no cargo. Bolsonaro nega.

“Quero um delegado, além da competência comum na Polícia Federal, que eu possa interagir com ele. Porque não? Eu interajo com órgãos de inteligência das Forças Armadas, com a Abin, com qualquer um do governo ”, afirmou Bolsonaro, em pronunciamento nesta sexta-feira.

Com 47 anos, 15 deles na PF, Ramagem conquistou a “total confiança” da família presidencial nas eleições de 2018, quando assumiu a coordenação da equipe de segurança pessoal do então candidato Bolsonaro, após uma facada que levou durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Ele foi o terceiro a assumira tarefa.

Concursado em 2005, Ramagem chegou a ser nomeado superintendente no Ceará em 2019, mas nem assumiu carga. O então ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, o convidou para trabalhar como assessor no Palácio do Planalto. Lá, ele assumiu a Abin, vinculada  ao Gabinete de Segurança Institucional, em julho de 2019, e passou despachar com frequência no gabinete presidencial, no terceiro andar do Planalto. Segundo o general Augusto Heleno, ministro-chefe, teve como tarefa dar mais agilidade aos trabalhos do órgão central de inteligência do país.

Os três filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (republicanos-RJ), o vereador de Rio Carlos Bolsonaro (republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fizeram lobby pela ascensão do delegado Ramagem. Eles cobravam mais eficiência da Abin para abastecer o presidente. A principal tarefa do órgão é abastecer o Planalto com informações de assuntos sensíveis  e estratégicos para a segurança nacional, para subsidiar as decisões presidenciais.

*Com informações do Estadão 

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