Por Delmo Menezes

Filho de um operário e de uma costureira da Secretaria de Saúde, natural de Piripiri-PI, Alírio Neto, 57 anos, é pai de 03 filhos, e assim que chegou a Brasília aos 5 anos de idade, veio morar na cidade de Taguatinga (DF), e na adolescência, mudou-se para o Guará, onde reside até os dias de hoje.

Com muito esforço ingressou na UNB formando-se em direito. Foi aprovado em concurso público para agente da Polícia Civil, sendo um dos fundadores do Sinpol-DF (Sindicato dos Policiais Civis do DF), e posteriormente tornou-se delegado de polícia.

Na política, Alírio alcançou trajetória vitoriosa,  se elegendo deputado distrital por três vezes. No seu segundo mandato, foi eleito Presidente da Câmara Legislativa do DF, ocasião em que assumiu interinamente o Governo do DF por duas vezes. Em 2010, foi eleito novamente deputado distrital, sendo um dos mais votados do Distrito Federal.

Nas eleições de 2014, ainda por um partido de pouca expressão (PEN), Alírio Neto foi candidato a deputado federal, obtendo 78.945 votos, ficando como primeiro suplente.

A convite de Roberto Jefferson, assumiu recentemente a presidência regional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-DF), em evento bastante concorrido na sede nacional do partido em Brasilia. Segundo Alírio, o presidente nacional da legenda lhe deu “carta branca” para fazer as mudanças que forem necessárias, no sentido de oxigenar o partido no Distrito Federal.

Profundo conhecedor do Executivo, onde exerceu vários cargos, entre eles, o de administrador regional do Guará e o de secretário da Secretária de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do DF (SEJUS), o presidente do PTB-DF, recebeu o Agenda Capital para uma rápida entrevista na sede do partido na galeria do hotel nacional, com um largo sorriso e simpatia que lhe é peculiar.

Na sala de reuniões do partido, muito bem decorada, pode-se observar ao fundo, o retrato (para os saudosistas) de Getúlio Vargas, fundador do Partido Trabalhista Brasileiro – PTB, que até hoje é lembrado pelo seu legado em relação as leis trabalhistas no Brasil.

Leia a entrevista na íntegra:

Agenda Capital – Presidente Alírio Neto, como o senhor vê o PTB-DF, agora sob o seu comando, nas eleições de 2018?

Alírio Neto – O PTB no DF, está sendo estruturado, aproveitando os quadros que a gente tem, que é de muita qualidade, mas também dando oportunidade para as pessoas que queiram participar de uma política inovadora, uma política diferenciada, com a participação de todos. Na Câmara Legislativa vamos construir um projeto eleitoral, que permita pessoas novas, com cabeça boa, com projetos novos para Brasília. Aqui no PTB não será local de reeleição daqueles que já estão com mandato. Queremos eleger pessoas que tenham compromisso com essa renovação. A oxigenação da política é fundamental. Por isso, na Câmara Legislativa queremos eleger no mínimo dois deputados novos, diferentes do que estão aí, e eleger um deputado federal. É o nosso compromisso com o partido. o PTB terá um nome dentro da chapa majoritária, a ser disputada no Distrito Federal, que vai de Senador a Governador, dependendo da situação.

Agenda Capital – Com relação a chapa majoritária para 2018, o PTB vai lançar candidato próprio no DF?

Alírio Neto – Nós trabalhamos com agregação. O PTB é um partido que vem com a proposta de unir forças, contra o atual governo que aí está, que é um desastre para o DF. Vamos buscar as pessoas que tem o mesmo raciocínio na busca da recuperação da máquina do governo, que possa voltar a prestar um serviço de qualidade, como nós prestávamos no “Na Hora”, por exemplo. Que a população de Brasília volte a usar os serviços públicos com qualidade, como nós já tivemos. Nós vamos resgatar estes projetos e buscar recuperar Brasília.

Agenda Capital – Como o senhor avalia hoje a prestação dos serviços do “Na Hora”, para a nossa população?

Alírio Neto – É lastimável o que aconteceu com o “Na hora”, e com todos os serviços públicos do Distrito federal. O Atual governo destruiu o melhor serviço público do Brasil. Deixamos o “Na Hora” na gestão anterior, com 98% de aprovação pelos cidadãos que utilizaram os serviços. Você chegava no “Na Hora” no Riacho Fundo, na Ceilândia, e tinha um serviço de primeira qualidade. Você acabava de atender o cidadão e os serviços eram avaliados. Implantamos também uma gratificação que era a famosa meritocracia, e hoje foi tudo desmontado. Nós vimos uma reportagem recente na Ceilândia, de um cidadão que foi no “Na hora”, e estava na fila no “banquinho”, dizendo que isso aqui não é mais o “Na Hora”, é no banquinho, pois, é tão grande a fila que “eu tenho que trazer um banco da minha casa para ser atendido”.

Agenda Capital – O senhor que é oriundo dos quadros da Polícia Civil, como avalia a crise que se instalou na corporação nos últimos meses?

Alírio Neto – Na verdade a gente só se houve falar de crise porque as pessoas estão tirando o foco do verdadeiro motivo desta crise. Só temos uma única crise em Brasília, que é de gestão, que é de incompetência. Nós temos um governo extremamente incompetente. Nós sabemos que o fundo constitucional dá ao DF, condições de administrar as três principais áreas. Você tem um recurso que é direcionado para Educação, Saúde e Segurança. Qual é o estado do Brasil que tem esta condição? É pura questão de gestão. Atualmente nós só temos uma crise em Brasília, a crise da incompetência do atual governo.

Agenda Capital – Devido aos problemas na Câmara legislativa, muito se fala em uma ampla renovação da Casa. O Senhor acredita nisso?

Alírio Neto – A média de renovação no âmbito nacional, é sempre em torno de 55%, com crise ou sem crise. Como disse a pouco para você, nós do PTB estamos montando um projeto, para ajudar nesta renovação. A gente acha que a alternância de poder é fundamental para as pessoas que querem buscar uma chance de um projeto político novo.

Da Redação do Agenda Capital

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

3 COMENTÁRIOS

  1. Excelente entrevista. Um governo que é composto por secretários fresquinhos (Pessoas que só vive em ar condicionado), cheios de teorias e nada de humanismo, jogou a população da nossa amada Brasília em um sofrimento e falta de esperança sem precedentes.

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