Foto: Agência Brasília.

Por Delmo Menezes*

Embora o pleito de 2026 no Distrito Federal ainda esteja distante, já estamos presenciando uma série de movimentações nos bastidores que sinalizam a intensidade da disputa, principalmente pela corrida ao GDF e pelas duas vagas ao Senado.

O atual Chefe do Executivo do DF, Ibaneis Rocha (MDB) é visto no meio político como um dos principais nomes para uma das vagas no Senado. Sua possível candidatura a Câmara Alta é uma jogada estratégica, uma vez que isso lhe permitiria manter uma influência política significativa a nível nacional, e posteriormente retornar ao Palácio do Buriti. Contudo, dependendo das articulações a nível nacional, não está descartado uma possível candidatura a vice-presidente da República, por sua aprovação a frente do Governo do DF.

Existe também uma movimentação no segmento evangélico no sentido de lançar um único nome para disputa ao Senado, e até mesmo ao GDF. Na última eleição ficaram de fora nomes importantes do segmento por falta de união das lideranças evangélicas. Aliás, este segmento ‘peca’ por falta de um líder capaz de unir o grupo. É muito provável que a Igreja Universal lance candidato ao Senado e ao GDF. Na pior das hipóteses, não abre mão de indicar o vice na chapa de Celina Leão, provável candidata ao Buriti. Já há conversas neste sentido.

Celina Leão (PP), que atualmente é vice-governadora do DF, tem se destacado em sua atuação política e já sinalizou seu interesse em concorrer ao cargo máximo do governo do Distrito Federal. Sua candidatura representa a continuação das políticas do atual governo ou uma mudança de rumo, dependendo de suas propostas e estratégias de campanha. Ela terá que lidar com a incumbência de carregar as bandeiras defendidas pelo governo Ibaneis e destacar sua própria visão para o DF. Importante ressaltar, que por força da legislação eleitoral, a vice-governadora assumirá o Palácio do Buriti no último ano da gestão do governo Ibaneis que terá que se desincompatibilizar do cargo.

No entanto, o cenário político no DF não se resume apenas a esses atores. Existem alguns players importantes que podem embaralhar as cartas e moldar o resultado das eleições. É crucial observar os partidos políticos, suas alianças e as figuras emergentes que podem entrar na disputa. Nomes como de Flávia Arruda, senadora Damares Alves e do empresário Paulo Octávio, podem sim fazer a diferença na ala da direita.

Nos bastidores comenta-se que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), poderá também disputar uma vaga ao Senado em dobradinha com a senadora Damares Alves que poderá concorrer ao Buriti. Damares pretende segurar o eleitorado de Bolsonaro que alcançou expressiva votação na capital.

Não podemos esquecer o ex-senador Reguffe. Na eleição passada, Reguffe escolheu mal o partido e nas vésperas do pleito foi rifado pelas lideranças nacionais e locais. Ele ficou muito tempo para decidir e perdeu o ‘time’. Seu considerável espólio eleitoral não pode ser ignorado.

Outro fator importante que temos que avaliar é a performance do governo federal liderado por Lula, nos próximos anos. Se o governo federal conseguir recuperar a economia, diminuir os índices de desemprego e melhorar a saúde pública do país, principalmente na atenção primária, poderá sim ter uma influência bastante significativa nas eleições do DF. É importante observarmos que na última disputa ao Palácio do Buriti, o candidato Leandro Grass conseguiu uma expressiva votação de 434.587 votos, graças a influência da esquerda e o empenho pessoal do então candidato Lula. Como candidato a deputado distrital em 2018, Grass não passou de 6.578 votos.

Questões locais, como a gestão do meio ambiente, mobilidade, saúde pública, infraestrutura e o desenvolvimento urbano, terão impacto na corrida eleitoral. Como Brasília é um espelho para o resto do país, os candidatos precisarão demonstrar um profundo conhecimento das necessidades e anseios da população local. Neste aspecto, leva vantagem os que tem mais intimidade com a cidade.

A trajetória e a imagem política dos candidatos também serão cruciais. Escândalos passados, histórico de realizações e a capacidade de se conectar com os eleitores serão fatores determinantes no sucesso de cada postulante as eleições majoritárias.

Por fim, não existe em lugar nenhum do mundo eleição ganha antecipadamente. O que existe é trabalho árduo, cumprimento de compromissos e uma base de apoio consolidada. A análise cuidadosa das propostas e a trajetória dos candidatos será fundamental para que o eleitor possar decidir o futuro do DF.

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*Delmo MenezesEspecialista em relações institucionais, gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política. Editor-Chefe do portal de notícias Agenda Capital.

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