“Vote em Tiririca. Pior do que tá num fica”

Por *Raimundo Feitosa

O mote de campanha deu resultado. O povo votou e o Tiririca chegou ao poder, mas deu de cara com a quase irrevogável (eu disse quase) lei de Murphy, que contraria frontalmente sua teoria e afirma que se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível. Traduzindo… Tudo o que está ruim pode piorar. A alegria do palhaço e a expectativa do cidadão de bem, honesto e trabalhador eram tudo o que a gente precisava pra arejar a política brasileira e, de alguma forma, fazer a coisa funcionar.

E vamos combinar que o Tiririca é guerreiro! Foram sete anos sem voz, sem base (política) e sem alianças (expressivas) fazendo seu trabalho com muito afinco.

Mas agora ele jogou a toalha.

De cara limpa (e ficha limpa) na tribuna de honra da casa do povo, o deputado por opção e palhaço por vocação estava triste, e a tristeza do palhaço contagiou a plateia. Não o plenário, mas a plateia de eleitores e fãs espalhados pelo Brasil inteiro, que viu seu porta-voz pela última vez (na tribuna) ecoar o grito dos excluídos e o gemidos dos moribundos. “Olhem mais pelo nosso povo!”, pediu quase em lágrimas o deputado.

Palavras simples carregadas do sentimento de um País inteiro que gostaria de dizer o que o deputado disse.

Por quê?

Começa a sessão de porquês…

Por que demorou sete anos para fazer o único discurso na tribuna da Câmara?

Por que não conseguiu mudar nada, mesmo com o “caminhão” de votos que recebeu?

Por que não fez esse discurso lá atrás?

Quem conhece os bastidores do poder saberá as respostas.

Mas há uma sessão de porquês que vale a pena.

Por que não ouvir a voz do Tiririca?

Por que não pensar no povo como pediu o palhaço deputado?

Por que não esquecer os interesses pessoais em benefício do povo brasileiro?

Porém, mesmo com a voz embargada se calando, se engana quem pensa que o Tiririca abandonou a vida pública. Ele continua público nos braços do público que o ama, e a voz que se calou na tribuna, estará livre nos palcos de todo o País e, no maior de todos os palcos, as redes sociais.

Volta palhaço! Venha nos fazer sorrir. Traz pra cá a campainha que você tocou na tribuna. Eu sei que muita gente vai brigar pelo teu espólio (herança) político, mas enquanto eles brigam lá, vem pra cá, vem pra junto do povo e toca a campainha. O barulho da campainha que tira o sono dos poderosos só não será maior que o barulho dos aplausos do Brasil que te ama, e tem orgulho do Francisco Everardo Oliveira Silva Tiririca.

*Raimundo Feitosa, Jornalista, Teólogo e colunista do Agenda Capital

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